ONG cria fundo para ações que incentivem a prática esportiva. DE SÃO PAULO - folha online, 14/05/2011. Fonte: Pnud / PrimaPágina
A ONG Atletas pela Cidadania anunciou, em São Paulo, a criação de um fundo com doações de atletas, empresas e do público em geral e que terá parte de seus recursos destinada a ações que incentivem a prática esportiva nas cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.
O anúncio, feito no Museu do Futebol, contou com a presença do representante-residente do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e coordenador-residente do Sistema ONU no Brasil, Jorge Chediek. Também prestigiaram o evento atletas como o ex-meia da seleção brasileira Raí, presidente da organização, as ex-jogadoras de basquete Paula e Hortência e os ex-jogadores de vôlei Ana Moser (finalista do Prêmio Empreendedor Social 2006) e Maurício Lima, entre outros.
O fundo patrimonial será gerido pelo Banco Itaú e contará com o apoio do Pnud. Serão abertas duas contas --uma no Brasil e outra em Genebra, para facilitar o apoio de atletas europeus.
O lançamento está previsto para o segundo semestre e, até agora, foram confirmadas doações de esportistas como os pilotos de Fórmula 1 Rubens Barrichello e Felipe Massa, os jogadores de futebol Kaká e Belletti, o técnico Leonardo, da Inter de Milão, além de Raí.
"A ideia é estabelecer metas para o esporte no Brasil junto aos três níveis de governo --federal, estadual e municipal--, visando transformar sua vertente educacional e o aumento das atividades esportivas da população em legados sociais da Copa e dos Jogos Olímpicos", explica a coordenadora executiva da organização, Daniela Castro.
A entidade pretende ainda estabelecer parcerias com grupos locais para auxiliar as cidades-sede da Copa e dos Jogos Olimpícos--que serão realizados no Rio de Janeiro em 2016-- a alcançar os ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio).
"Acreditamos no esporte para a mudança social e queremos repassar às prefeituras nossa experiência em metodologia e práticas para ajudar a rede pública de ensino a implementar as ações de fomento ao esporte", ressalta Daniela. O objetivo é levar o esporte educacional --conceito que trata o esporte como forma de inclusão e como ferramenta para melhorar o aprendizado-- a 100% das escolas públicas do país até 2022.
Dados do Censo Escolar de 2009, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, indicam que apenas 18% das escolas municipais de ensino fundamental têm quadras esportivas e que 69% dessas instituições têm professores de educação física.
Além de estimular o esporte educacional nos colégios, outra meta da entidade é dobrar o nível de atividade esportiva das populações das 12 cidades-sedes da Copa até 2016.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Quem deveria fazer isto é o Estado. Já está na hora do Estado brasileiro investir em educação multidisciplinar agregando conhecimento científico com técnicas profissionais e práticas artísticas e desportivas. PAra estimular as oficinas extraclasse bastaria os governantes fazerem convênios com clubes, empresas e ONGs em troca de subsídios e desconto nos impostos. Identificar o potencial, o talento e as habilidades e a vocação dos jovens através de oficinas dentro do currículo escolar é uma estratégia mais inteligente capaz de estimular os estudos, aumentar a auto-estima, evitar a evasão e permitir a descoberta de atletas olímpicos, artistas e bons profissionais.
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