EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

INSEGURANÇA - Cenas de violência dentro e fora de escolas


Imagens mostram cenas de violência dentro e fora de escolas em SP - O Globo, 27/10/2010 às 08h21m - Bom Dia S.Paulo, TVTEM


SÃO PAULO - Imagens mostram cenas de violência entre estudantes, dentro e fora das escolas, em Biritiba Mirim, a 74 km da capital paulista, na região de Mogi das Cruzes. Em menos de 10 dias, o Conselho Tutelar do município já registrou cinco brigas envolvendo estudantes - número alto para uma cidade com três escolas e apenas 30 mil habitantes.Uma aluna foi agredida por quatro meninas quando saiu da escola. A garota conta que as meninas batem porque ela não usa roupas de grife ou porque ela é quieta durante as aulas, ao contrário das agressoras.

A diretora regional de Ensino, Teresa Lúcia dos Anjos, pensa em criar a figura do professor mediador, para tentar desenvolver o bom relacionamento entre os alunos.

O pai da menina agredida diz que a filha tem medo de ir à escola e apanhar de novo e tem se tornado cada vez mais quieta.

As brigas entre os estudantes não são o único problema das escolas paulistas. Na região de Bauru, o problema é a onda de vandalismo, com roubos e destruição do patrimônio escolar.

Em Sorocaba, o Ministério Público vai apurar a existência de gangues dentro das escolas públicas. Na escola Roque Conceição Martins, na zona norte de Sorocaba, um grupo de meninas aterroriza as colegas.

A família de uma estudante denunciou à polícia a ação de uma gangue de alunas que estaria agindo numa escola no bairro Mineirão, em Sorocaba, a 97 km de São Paulo. Além da adolescente, os primos e a mãe dela já foram agredidos.

Todos eles confirmam a existência da suposta gangue. No entanto, não é a primeira vez que há denúncias de gangues atuando em escolas públicas. Em março deste ano, os pais decidiram tirar a filha da escola Joaquim Izidoro Marins, também na zona norte, depois dela ser agredida por um grupo de meninas. Para o Ministério Público, são fatos graves, que vão ser investigados

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

MELHOR INVESTIMENTO - FORMAÇÃO CONTINUADA OU SALÁRIO JUSTO


Formação continuada: o melhor investimento - CLEUSA BECKER, COORDENADORA DE ENSINO - Zero Hora 25/10/2010.

Gerenciar a formação continuada dos professores de uma escola, assim como preparar novos profissionais para assumirem uma sala de aula, é responsabilidade que implica grandes desafios para as equipes de gestão. Na medida em que o projeto pedagógico da instituição avança e se consolida, aumentam consideravelmente as informações e procedimentos que o novo profissional deve adquirir para poder responder às demandas das escolas. Nem sempre há tempo hábil para uma capacitação prévia que, de fato, habilite o professor para a atuação pedagógica e educacional coerentes com os princípios da escola. Por isso, grande parte deste processo é feita com o profissional em serviço, ou seja, já em sala de aula. Além disso, a rapidez com que as investigações das ciências relacionadas à educação têm sido feitas obriga qualquer instituição educativa e todos os gestores a assumirem um compromisso com uma capacitação continuada.

No processo de construção de conhecimentos pelo professor, a importância de partir de sua prática e dos conhecimentos prévios que ela traduz está relacionada a uma concepção de aprendizagem diferente de uma perspectiva de acumulação de conhecimentos. Utilizando um princípio coerente com a concepção de aprendizagem assumida para o trabalho com as crianças, partimos da hipótese de que as aprendizagens são processos de construção de significados por meio dos quais adquirimos conhecimentos e que elas ocorrem por reorganizações constantes e aproximações sucessivas com o objeto a conhecer. Assim, os professores são colocados em um contexto de aprendizagem e aprendem a fazer fazendo: errando, acertando, tendo problemas a resolver, discutindo, construindo hipóteses, revendo, argumentando, tomando decisões, pesquisando.

Descobrir melhores maneiras de trabalho cooperativo mobiliza o grupo e o desenvolvimento individual. Para implantar mudanças no ensino, precisamos, em primeiro lugar, comprometer o professor, respeitando suas individualidades. Muitas iniciativas para o desenvolvimento de pessoal assumem a forma de algo que é feito para os professores, ao invés de com eles e por eles.

Assim, o desenvolvimento profissional e a melhoria na escola só serão possíveis se soubermos valorizar nossos professores. Oportunizar momentos para trabalharem em conjunto, buscando qualificar suas práticas, construindo o pensamento de grupo, são importantes referenciais para o trabalho e o implemento de novas iniciativas. Sabemos que a motivação do professor depende da qualidade do trabalho e do próprio ambiente. Sendo assim, cada escola terá o professor que merece, de acordo com sua ação.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Na minha opinião, a autora do artigo, especialista em educação, está equivocada ao focar apenas o ambiente externo da profissão. De que adianta investir na formação e na capacitação do professor sem investir em salários justos e estimulantes. Muitos professores estão extremamente bem qualificados, com vários cursos de graduação e especialização, mas se encontram desmotivados e estressados pelos péssimos salários e condições de trabalho inseguras e precárias.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

BULLYING - Projeto de lei antibullying é aprovado pela Câmara Municipal de Curitiba


Projeto de lei antibullying é aprovado pela Câmara Municipal de Curitiba - Mônica Harada - 19/10/2010, Correio Braziliense

A Câmara Municipal de Curitiba aprovou em segundo turno na manhã desta segunda (18), projeto de lei que implementa ações antibullying nas escolas das redes públicas e particulares de ensino da capital paranaense.

A iniciativa propõe a identificação em cada instituição das incidências de bullying e a natureza das práticas, o desenvolvimento de planos locais para a prevenção e combate ao bullying e a capacitação de docentes e equipes pedagógicas para o diagnóstico do problema.

Se sancionado pelo prefeito de Curitiba sem modificações, as ocorrências de bullying devem ser registradas pela escola, com data, hora, tipo de agressividade, indicação do nome do agressor e agredido e as providências tomadas. Também devem ser realizados seminários, palestras, debates e orientação aos pais, alunos e professores. Para o vereador Pedro Paulo (PT), autor da iniciativa ao lado do vereador Mário Celso Cunha (PSB), com a lei sancionada, o bullying poderá ser identificado e os professores, equipe pedagógica e família poderão ser capacitados para lidar e prevenir o fenômeno.

A proposta dos vereadores de Curitiba tem dez dias para ser encaminhada para sanção do prefeito que terá 15 dias úteis para sancionar ou não a lei.

Ranking Nacional

A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (Pense), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizada, em 2009, apontou Curitiba como a terceira capital com maior ocorrência de bullying. A capital federal Brasília liderou o ranking e apresentou o maior índice de casos. De acordo com o dados, 36,5% dos estudantes admitiram sofrer esse tipo de violência. A cada dez estudantes, três afirmaram terem sido vítimas de bullying.

O bullying é um ato de violência que acontece repetidamente para atingir alguém ou um grupo específico. As vítimas são normalmente tímidas, fracas e frágeis, geralmente discriminadas por ter alguma diferença, como ser negras, deficientes físicas, altas, baixinhas ou gordinhas, ou mesmo ter sotaques diferentes, tirar boas notas e ir mal nos esportes.

domingo, 17 de outubro de 2010

CADA DIA MENOS MESTRES

Considerações sobre o Dia do Mestre - 15/10/2010 às 15h20m. Artigo dos leitores Bayard Do Coutto Boiteux e Mauricio Werner

Hoje, dia 15 de outubro, se celebra o Dia do Mestre. Parece brincadeira, mas cada vez mais existem menos mestres. A vida foi retirando das ambições das atuais gerações, a vontade de lecionar. Há disciplinas como Física e Química , em que conseguir um professor é cada vez mais difícil.

É uma triste realidade para a educação nacional, mas compreensível para um país que não respeita seus educadores, remunerando-os de forma inadequada e sem priorizá-los nas políticas públicas. Para alguns gestores, as instalações e os equipamentos são de vital importância e o professor fica em segundo plano, inclusive sendo substituído por tutores não presenciais, em sistemas de educação à distancia, cuja qualidade é, na maior parte dos casos, questionável.

Precisamos entender que o professor é a figura que revoluciona as mentes de seus alunos, trazendo para sala de aula a discussão sobre a formação da cidadania, não só da empregabilidade. Ele é a mola de mudança de percepção do indivíduo numa sociedade globalizada, que quer comportamentos padrões, sem respeitar a individualidade e a pluralidade, que devem ser as características do meio acadêmico.

O mestre , apesar de todas as dificuldades, continua lutando por uma sociedade em que oportunidades de aprendizagem devem ser compartilhadas, não impostas. O mundo é dos que desejam fazer da educação um instrumento de novas visões e de sementes de vida mutante.

O Brasil, que deverá atravessar mudanças nos próximos meses, merece que a educação seja administrada de forma real, num país que almeja sair do subdesenvolvimento, mas que continua se beneficiando do assistencialismo. Quando dizemos real, referimo-nos a uma administração que possibilite não metas preestabelecidas, mas reciclagem e revisão constante, através da participação de alunos, familiares e funcionários nas mudanças estratégicas dos conteúdos disciplinares e dos projetos pedagógicos.

Ser professor não pode ser um bico, nem uma forma de ganhar projeção no mercado, mas uma vontade muito grande de criar um cidadão pensante, politizado, capaz de brigar por seus direitos e ser reconhecido.

Vamos também de uma vez por todas entender que a universidade não é o único caminho na sobrevivência e que o ensino técnico é, às vezes, de maior empregabilidade para um país que forma doutores estagnados em suas teses de pouca aplicabilidade ou que não sabem o que fazer.

Mestre, você merece carinho, afeto, respeito, agradecimento diário, pois você ainda acredita na educação. Vamos comemorar o Dia do Mestre, sim, com grande pompa, mesmo que internamente, dentro de nossos corações, ávidos por um Brasil melhor e com mais educação.

* Bayard Boiteux e Mauricio Werner são professores universitários

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - SEM MESTRE, TODO APRENDIZ FICA DESORIENTADO E ANALFABETO DE VÁRIOS IDIOMAS E PRÁTICAS.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO

A VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO - ZERO HORA EDITORIAL, 15/10/2010

Tanto quem sair eleito para a Presidência da República no final deste mês quanto quem ocupar o comando dos Estados a partir de janeiro têm um papel importante como protagonista na valorização de um profissional imprescindível, particularmente em países em crescimento: o professor. As políticas a serem postas em prática pelos futuros governantes na área do ensino nos próximos quatro anos terão papel decisivo para a formação de cidadãos com os quais o Brasil precisa contar para ampliar o processo de crescimento. Um avanço nesse sentido só ocorrerá se o país conseguir conter o crescente desinteresse pela profissão de professor e apostar na formação de profissionais qualificados e bem remunerados, de acordo com a sua contribuição para a formação de futuros cidadãos.

Períodos eleitorais como o atual são particularmente importantes para a discussão do assunto pelo fato de um dos principais problemas ser justamente uma zona cinzenta de atribuições entre diferentes instâncias da federação. Há também uma total falta de articulação entre municípios, Estados e União no que diz respeito a ações em andamento. A Constituição define que, assim como saúde, trabalho e moradia, a educação é um direito social. O problema, no caso do ensino, já começa justamente na falta de clareza sobre competências, como advertem integrantes do movimento Todos pela Educação, provenientes de diferentes segmentos da sociedade. Ao mesmo tempo, o país precisa demonstrar capacidade de articulação entre os programas estaduais e municipais de educação com o novo Plano Nacional de Educação (PNE), tarefa que na prática vem se revelando particularmente difícil.

O país só terá ensino de qualidade em todos os níveis e em todas as instâncias da federação quando contar com professores motivados, qualificados e remunerados de acordo com a sua habilitação e com a dedicação à atividade. A valorização, com ênfase na meritocracia, seria uma forma de evitar tendências cada vez mais comuns. Entre elas, estão a insuficiência de professores, particularmente em áreas como matemática, e o fato de o magistério atrair cada vez mais quem não consegue ingresso num curso universitário com maior grau de exigência para acesso. Salários mais compensadores já seriam uma forma de tentar a reversão desse quadro, numa área que não pode se conformar com o predomínio de educadores despreparados, pois são os responsáveis pela formação de profissionais em diferentes áreas de atividade.

O professor, porém, não pode ser lembrado apenas no seu dia, nem em períodos de campanha eleitoral e de mudança de governo. Educação é uma questão a ser pensada a médio e longo prazos, transcendendo portanto o período de uma ou outra administração, pois precisa de políticas firmes e continuadas.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - A educação que o Brasil precisa começa pela valorização do potencial humano responsável pelo provimento deste direito fundamental garantido ao povo brasileiro. A profissão do professor é dinâmica, autônoma e mediadora de conflitos que precisa de segurança financeira, física e emocional para ensinar e orientar os passos de futuros cidadãos. O problema é que a educação brasileira vem sendo depreciada pelos governantes com desvios de recursos, parcos investimentos, salários miseráveis, sem visão profissional e focada apenas no conhecimento científico.