EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

quinta-feira, 3 de março de 2016

AVANÇA A PÁTRIA DESEDUCADORA



ZERO HORA 03 de março de 2016 | N° 18463


JOCELIN AZAMBUJA*




Temos visto tristemente que o Brasil só vai bem na educação em programas de publicidade governamental. Como utilizar o slogan “Pátria Educadora” quando o quadro educacional brasileiro só se agrava?

O último levantamento internacional apontou que o Brasil está entre os 10 piores do ranking na avaliação da educação em conhecimento de matemática, ciências e leitura. A toda hora, novos dados revelam essa triste realidade.

Para completar, neste ano, mais uma vez o governo federal faz cortes no orçamento da educação, em R$ 1,5 bilhão. Assim, todos os programas educacionais ficam comprometidos. Nos Estados e municípios, com honrosas exceções, não é diferente.

Essa posição internacional vergonhosa tem a contribuição de todos os entes. O RS não é diferente, poderíamos até dizer que avançamos nos ensinos Fundamental e Médio em termos de permanência e conclusão dos estudos aos 16 e 19 anos, respectivamente, mas sabemos que isto tem mais a ver com a progressão continuada (não reprovação) do que com a melhora da qualidade. Mesmo assim, nosso Estado é o último da Região Sul.

O governo federal e alguns estaduais que compõem sua base partidária defendem o slogan mesmo sabendo que é só marketing, pois a educação não avançará sem gestão eficiente, salários dignos aos professores, escolas qualificadas. Enfim, uma série de atributos fundamentais.

A repercussão dessa realidade se dá especialmente no ensino básico, como se viu no último estudo divulgado sobre alfabetização: entre analfabetos e analfabetos funcionais, temos cerca de 31% dos brasileiros (60 milhões) e, dos restantes 69%, apenas 8% com condições de ler e interpretar qualquer texto.

Por essas e outras razões, é que temos na verdade uma Pátria Deseducadora, que não ama e não sabe cuidar de suas crianças e adolescentes. São gerações prejudicadas e o futuro dos jovens totalmente comprometido.

Precisamos de uma vez tomar consciência dessa realidade, sair do marketing político educacional para a prática de investimentos, gestão e pedagogia necessárias à transformação da educação.

*Advogado