EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

TRAFICANTES ALICIAVAM ESTUDANTES PARA VENDER DROGAS AOS COLEGAS

DIÁRIO GAÚCHO 20/11/2015 | 06h51


Polícia prende traficantes que aliciavam estudantes a vender drogas para colegas. Pontos de tráfico de drogas estavam localizados próximos de 17 escolas de Canoas



Foto: Ronaldo Bernardi / Agência RBS



Leandro Rodrigues



A Polícia Civil realiza, desde a manhã desta sexta-feira, uma operação contra o tráfico de drogas no entorno de pelo menos 17 escolas nos bairros Niterói e Nossa Senhora das Graças, em Canoas, na Região Metropolitana. Ao todo foram presas 15 pessoas na Operação Apolo – cinco em flagrante na noite de quinta-feira e outros dez mandados de prisão temporária cumpridos na manhã desta sexta. Também foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão.

De acordo com a delegada Marina Goltz, titular da 2ª Delegacia de Polícia de Canoas, os traficantes se aproveitavam da proximidade com as escolas para fornecer drogas aos estudantes e fazer com que ela chegasse dentro das instituições de ensino pública e privada. A droga mais vendida era a maconha e, em seguida, o crack.

— Em alguns colégios, os estudantes eram aliciados a oferecer e vender drogas aos colegas — explica a delegada.

Outra consequência da proximidade dos pontos de tráfico com as escolas foi o aumento da violência na região. Pais e professores eram constantemente vítimas de assaltos e furtos cometidos por usuários em busca de recursos para compra de drogas.

A ação, que envolve aproximadamente 80 policiais civis, é resultado de cinco meses de investigação

terça-feira, 17 de novembro de 2015

MÁQUINAS SUPERFATURADAS E INÚTEIS



ZERO HORA 16 de novembro de 2015 | N° 18357


EDUCAÇÃO. Escolas técnicas no RS recebem máquinas superfaturadas e inúteis. INICIATIVA DO MEC de ensino profissionalizante é suspeita de esquema de fraudes em pregões



Uma geladeira, que nas lojas custa R$ 1,4 mil, mas pela qual foi desembolsado quase R$ 6 mil. Uma afiadora de ferramenta, de R$ 4 mil por R$ 72 mil. Uma caldeira de R$ 30 mil, que ninguém pediu, chega de surpresa em uma escola. Esses são exemplos de descontrole num programa bilionário de incentivo ao ensino profissionalizante e, também, de um esquema de fraudes nos pregões eletrônicos do governo federal. O caso foi mostrado ontem pelo programa Fantástico, da Rede Globo, em reportagem de Giovani Grizotti, da RBS TV.

O superfaturamento ocorre em compras do programa Brasil Profissionalizado, criado pelo Ministério da Educação em 2007 para estimular o ensino técnico no Brasil. O objetivo era construir escolas, equipá-las, garantir aulas práticas e preparar os jovens para o mercado de trabalho.

Um dos casos atinge a Escola Técnica Parobé, em Porto Alegre, a maior do Rio Grande do Sul. O curso de mecânica é pródigo em máquinas velhas, algumas com mais de 60 anos de idade. O problema é que o Ministério da Educação (MEC) enviou ao colégio uma caldeira de vapor novinha, comprada por R$ 30.880, mas inútil.

– Não temos o curso de caldeireiro aqui. Com o dinheiro, poderíamos equipar as aulas de soldagem – reclama Fernando Alves da Silva, professor de mecânica.

Uma furadeira industrial, comprada por R$ 40 mil, chegou sem as brocas. O mesmo colégio recebeu uma afiadora de ferramentas, avaliada em R$ 4 mil, que custou ao governo R$ 72 mil. E carrinhos de mão avaliados em R$ 70 comprados por até R$ 700.

Na Escola Técnica 25 de Julho, em Ijuí, na região das Missões, uma afiadora de ferramentas, por exemplo, custou 1.100% a mais aos cofres públicos do que o preço de mercado – em vez de R$ 6 mil, foram R$ 72 mil.

– (Desse valor) na época a gente podia ter comprado, no mínimo, três tornos convencionais – avalia José Alfredo Vagner, coordenador do curso de mecânica da escola.

PROCURADOR INVESTIGA COMPRAS DO GOVERNO

Há máquinas que a escola não sabe para que servem, que não foram pedidas e vieram sem manual de instrução. As compras feitas pelo governo federal são investigadas por Osmar Veronese, procurador da República em Santo Ângelo:

– Vai além da ideia da má gestão. Eu acho que aqui nós temos indicativos de corrupção, sim.

Em Campo Erê, em Santa Catarina, o problema foi outro. O manual de instruções de uma máquina complexa chegou, mas está escrito em mandarim. Em Estrela, uma escola recebeu computadores ultrapassados, que não conseguem abrir os programas usados pelos alunos.

Nesses equipamentos, distribuídos para 18 Estados, o governo gastou mais de R$ 450 milhões.

O resultado, mostrou a reportagbem, é a formação de profissionais despreparados. Para evitar isso, professores e alunos usam da criatividade para recauchutar equipamentos. Eles utilizam muitas peças de lixo eletrônico que recebem, mais componentes doados, e fazem adaptações.

O secretário-executivo do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa, prometeu agir com rigor.

– Recurso público, principalmente em educação, tem de ser aplicado com toda a transparência. Vamos abrir uma sindicância para apurar todos os fatos apontados – afirmou Costa.

COMBINAÇÃO DE LANCES
-Escutas feitas com autorização judicial mostraram representantes de empresas combinando dividir licitações em Caxias do Sul. Eles falam em “dividir a cidade no meio, metade tu, metade eu”. Dois empresários combinam os lances no pregão:
-Empresário 1: “Tá. Vou bem alto. Pode ser?”.
-Empresário 2: ”Tá. Pode ser. Acima de vinte”.
-Empresário 1: “Tá. Vou a trinta”.
-Empresário 2: “Então tá”.
A AVALIAÇÃO
-Segundo o promotor de Justiça Flávio Duarte, “eles loteavam os órgãos públicos, determinando previamente qual seria o vencedor da licitação em cada órgão, estadual ou municipal. E entendiam como se eles fossem mesmo os proprietários desses órgãos”.
COMO FUNCIONA
- O pregão eletrônico estipulado pelo governo federal para compras de equipamentos é uma espécie de leilão ao contrário, em que os concorrentes dão lances pela internet.
-Tudo é feito pelo computador. Quem oferece um bem ou serviço pelo menor preço, vence a disputa.