EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

sábado, 27 de abril de 2013

POTENCIAL DE MUDANÇA

ZERO HORA 27 de abril de 2013 | N° 17415 ARTIGOS


Ângela Ravazzolo*



No dia 12 de abril, durante uma formatura do Pronatec em Porto Alegre, a presidente Dilma Rousseff reforçou em discurso a importância da educação profissional e de turno integral, comentando inclusive que as aulas do contraturno deveriam ensinar português, matemática, e não tricô ou crochê.

As palavras diretas da presidente reforçam um senso comum disseminado, entre autoridades, especialistas, famílias e estudantes, de que a educação precisa ser ampliada e melhorada em todo o país. As pesquisas, avaliações como o Ideb e os discursos confirmam repetidamente essa perspectiva. Mas a dura verdade é que essas teorias ainda não alcançaram, em larga escala, o dia a dia das salas de aula, as lições de casa, o caderno (ou o tablet) de cada um dos estudantes matriculados em escolas públicas.

O Brasil ainda amarga estatísticas assustadoras em relação à qualidade do aprendizado. Relatório recente do movimento Todos pela Educação indicou, por exemplo, que pouco mais de 50% das crianças do 2º e do 3º anos do Fundamental alcançaram o desempenho esperado em escrita e leitura. É importante perceber que estamos falando aqui da fase escolar inicial, que deveria formar uma base qualificada e segura para a continuidade de futuros aprendizados e descobertas.

Ao mesmo tempo, em cenários específicos, pipocam bons exemplos de projetos de alfabetização, turno integral e inclusão que provocam pequenas revoluções na comunidade onde acontecem. Muitas vezes, em comunidades com poucos recursos financeiros. Um exemplo comovente presenciei na escola municipal Professora Ana Íris do Amaral, em Porto Alegre. Professores, direção e estudantes se orgulham de duas pinturas feitas por um ex-aluno aprovado em Artes Plásticas na UFRGS em paredes da escola. Já universitário, ele voltou à escola do bairro para deixar esse recado visual de que o esforço cotidiano e persistente, em educação, tem grandes chances de dar certo.

A sociedade brasileira precisa entender por que convivem esses dois cenários contraditórios para, então, encarar o desafio maior: garantir um aprendizado de qualidade em todas as escolas públicas, de Sul a Norte.

Há muito o que fazer, muito para mudar. Amanhã, quando será celebrado o Dia da Educação, faça um minuto de reflexão, mas não para chorar o que ainda não foi feito ou o que já está perdido. Um minuto de reflexão para identificar o potencial de mudança, comemorar com ideias e práticas tudo o que ainda se pode fazer.

Que o exemplo das paredes pintadas deixe de ser pontual e se transforme em produção de larga escala.


*EDITORA DE EDUCAÇÃO

quarta-feira, 24 de abril de 2013

DE COSTAS PARA A EDUCAÇÃO

ZERO HORA 24 de abril de 2013 | N° 17412

EDITORIAIS




A resolução das grandes questões estruturais da educação no Estado passa pelo fim do enfrentamento entre Cpers e governo, que se repete agora com a anunciada paralisação dos professores até quinta-feira. Mas a precariedade do ensino básico gaúcho tem muitas outras causas, além das relacionadas com as deficiências enfrentadas pelo magistério como categoria profissional. Entre essas, está a degradação física da rede pública de escolas, que afeta diretamente o aprendizado de milhares de estudantes. Um caso exemplar foi mostrado ontem em reportagem deste jornal, que denunciou a situação vivida pelos alunos do Ensino Fundamental da Escola Margarida Pardelhas, de Cruz Alta.

Crianças de oito turmas do educandário estão dividindo salas de aula, para que não fiquem sem estudar, enquanto o Estado conserta paredes com fissuras, infiltrações e outros problemas que vinham colocando todos em risco. Especialistas ouvidos concordam que misturar alunos num mesmo espaço é uma solução de emergência, que não pode se prolongar, sob pena de provocar danos às crianças, muitas das quais em seu primeiro ano escolar. Não é a primeira vez que o Estado improvisa. O governo anterior recorreu a contêineres para abrigar estudantes, por falta de salas de aula.

É humilhante para Executivo, autoridades do setor, direções das escolas, professores, alunos e seus pais que um dos Estados mais prósperos do país não consiga fazer a manutenção preventiva de seus colégios. A situação da escola de Cruz Alta não é, portanto, uma exceção. Os educandários públicos estaduais que recebem iPads, para se adequar à evolução dos recursos virtuais, são os mesmos que enfrentam, como contraste, deficiências dos recursos mais elementares. Este cenário explica por que o Rio Grande do Sul, que já teve educação de ponta, vem frequentando os últimos lugares em rankings nacionais de ensino. Professores e alunos que dividem salas de aula ao meio e se acomodam de costas, uns para os outros, na escola de Cruz Alta, são as mais recentes vítimas da deterioração do ensino básico do Estado.

terça-feira, 23 de abril de 2013

GOVERNO MAQUIA DADOS DE PROGRAMA DE BOLSAS DE ESTUDO NO EXTERIOR

FOLHA.COM 23/04/2013 - 03h04

Manobra do governo eleva número de programa de bolsas no exterior


TAI NALON
DE BRASÍLIA



O Ministério da Educação passou a computar entre os alunos do Ciência sem Fronteiras, programa de estudo no exterior, os bolsistas regulares da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão de incentivo à pesquisa.

A maquiagem ocorre há pelo menos um mês e meio, mas, na sexta-feira passada, a Capes informou aos bolsistas de seus programas regulares que eles seriam oficialmente migrados para o Ciência sem Fronteiras se fossem "elegíveis", isto é, se estivessem dentro dos critérios de seleção do programa.

No comunicado, a Capes diz que a migração é para "fins operacionais", "com o objetivo de oferecer isonomia no tratamento dispensado aos seus beneficiários".

O PROGRAMA

Lançado em 2011, o Ciência sem Fronteiras é a menina dos olhos da presidente Dilma, que estabeleceu a meta de enviar 101 mil bolsistas para o exterior até 2015. O objetivo é considerado irrealista, reservadamente, por envolvidos em sua execução.

A Capes mesmo já disse ter dificuldades estruturais para cumpri-lo: antes do programa, tinha cerca de 4.000 bolsistas. Até fevereiro, já haviam sido concedidas 22.646 bolsas do Ciência sem Fronteiras, das quais 19.601 começaram a ser pagas.

O programa está sob responsabilidade de Aloizio Mercadante (Educação), que o lançou quando era titular do Ministério da Ciência e Tecnologia. Ele aspira concorrer ao governo paulista ou assumir a Casa Civil em 2014.

As bolsas regulares e o Ciência sem Fronteiras oferecem remuneração semelhante, mas a seleção e a aceitação internacional são diferentes. O programa também engloba uma parcela menor das áreas de conhecimento, ao praticamente excluir as ciências humanas.

Parte expressiva das 19.601 bolsas implementadas pelo programa até agora pode ser de alunos que não foram selecionados por meio dele.

A Folha cruzou nomes de estudantes aprovados nos editais de doutorado regular da Capes no exterior com a lista de alunos do Ciência sem Fronteiras disponível no site oficial do programa.

Em 2012, foram 280 aprovados no programa regular de doutorado fora do país. Pelo menos 60 desses estudantes constavam da lista de bolsistas do Ciência sem Fronteiras sem que estivessem efetivamente dentro dele.

A Folha entrou em contato com 25 desses bolsistas em oito países. As respostas revelaram surpresa por parte dos alunos. Alguns nem sequer tinham se inscrito no programa. Três relataram terem sido reprovados no Ciência sem Fronteiras.

Estudante de doutorado na Freie Universität Berlin, na Alemanha, Grégori Romero chegou a tentar o Ciência sem Fronteiras. Quando se inscreveu, conta, não tinha preferência entre os programas.

"Mas, agora que tenho a da Capes/Daad, acho que é uma vantagem, pois mesmo recebendo o auxílio do Brasil, sou aluno Daad, que é um órgão alemão com fama internacional. É um programa mais tradicional, com critérios de seleção mais elaborados."

André Hallack, doutorando na Universidade de Oxford (Reino Unido), conta que foi aprovado por ambas as bolsas, "que são praticamente iguais". "Quando saiu o resultado do Ciência Sem Fronteiras, eu já estava bem fechado com a bolsa da Capes, então ignorei o processo dele."

Alguns dos estudantes ouvidos relataram ter questionado a Capes por e-mail. Eles receberam como resposta que a manobra é "para dar estatística" e cumprir "metas do governo federal".

A distorção pode ser ainda maior, já que a Folha observou também, em outros editais de doutorado pleno e doutorado-sanduíche, mais nomes repetidos.

Foi solicitada à Capes a lista de bolsistas regulares, mas a instituição alegou falta de estrutura para entregá-la, para saber quantos de fato são eles e se também estavam no Ciência sem Fronteiras.

O pedido foi feito novamente via Lei de Acesso à Informação, mas o governo ainda não respondeu.


Editoria de Arte/Folhapress



O OCASO DA UERGS


ZERO HORA 23 de abril de 2013 | N° 17411


EDITORIAIS


Criada sob inspiração ideológica, a Universidade do Estado do Rio Grande do Sul (Uergs) passa por visível declínio, com dificuldades orçamentárias, recursos humanos escassos, instalações improvisadas e pouca frequência de alunos. Ainda que fundamentada na ideia generosa de oferecer estudo para as camadas mais carentes da população e nas localidades mais remotas, a iniciativa esbarrou na incompetência administrativa, na falta de planejamento e na sua lamentável politização. Diante desse cenário desolador, a sociedade e líderes políticos que a representam precisam definir um destino menos desolador do que o atual para a instituição.

Não foi por falta de planos nem de exemplos anteriores bem-sucedidos que a universidade minguou a ponto de se reduzir praticamente a uma entidade fantasma nos dias atuais. Os 10 mil alunos estimados inicialmente para serem alcançados no ano passado se resumem hoje a 2.880. Os R$ 60 milhões de orçamento anual previstos para o mesmo ano se restringem a R$ 41 milhões. É uma insignificância perto dos valores aprovados para instituições semelhantes em outras unidades da federação. O valor se mostra ainda mais irrisório quando comparado ao destinado por São Paulo às três universidades estaduais que tanto contribuíram para o seu desenvolvimento, com destaque para a USP e a Unicamp.

Chama a atenção o fato de que, apesar dos problemas permanentes, a Uergs conseguiu figurar no ano passado em quinto lugar entre as universidades gaúchas, na avaliação do índice geral de cursos do Ministério da Educação (MEC). E pelo menos um de seus cursos – o de Tecnologia em Automação Industrial – chegou a obter nota máxima no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), há dois anos.

A questão, porém, é que apenas boa vontade e resultados positivos não são suficientes para garantir a continuidade de uma instituição de ensino. Por isso, é importante que alunos, professores e demais envolvidos com a Uergs possam ter clareza sobre as reais intenções em relação a essa entidade que, do jeito que está, parece fadada ao desaparecimento.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

UNIVERSIDADE ESTADUAL GAÚCHA ABANDONADA


ZERO HORA 22 de abril de 2013 | N° 17410

NÃO DECOLOU

Uergs luta contra o declínio. Falta de investimento e estruturas inadequadas afastam os acadêmicos da universidade estadual



Prestes a completar 12 anos, a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) viu as salas de aula esvaziarem tanto que, em 2009, era quase uma instituição fantasma. Quatro anos depois, com um dos menores orçamentos do país entre as universidades estaduais – R$ 41 milhões –, o cenário ainda é desolador. Comunidades temem perder as unidades da única universidade estadual dos gaúchos. Em Ibirubá, no Noroeste, a Uergs já não existe mais.

Em todas as unidades, os problemas são os mesmos: recursos humanos escassos e instalações improvisadas em espaços emprestados – em São Borja, por exemplo, as aulas ocorrem em um prédio da prefeitura. Nenhuma unidade tem sede própria. Professores enfrentam viagens longas durante a semana, na tentativa de evitar que alunos fiquem sem aulas. Mesmo assim, ainda há a necessidade de suspender ou atrasar disciplinas.

Depois que a unidade de Ibirubá fechou, no ano passado, por falta de estrutura e alunos, dois outros campi estão sob ameaça: Erechim e Sananduva. A proposta de transferir as duas unidades para Passo Fundo foi aprovada pelo Conselho Consultivo Regional, o que alertou as comunidades.

– É apenas uma proposta, estamos analisando. Quem decide é o Conselho Universitário. Não há nada definido – diz o reitor Fernando Guaragna, primeiro eleito na Uergs (até 2010, os reitores eram indicados pelo governo).

Um dos principais idealizadores da instituição, o hoje deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) reconhece que o orçamento da instituição é enxuto, mas defende que as unidades devem permanecer nos municípios:

– A Uergs foi pensada para ser descentralizada e atender o Interior.

Da ascensão ao abandono

Quando nasceu, no governo Olívio Dutra (PT), a instituição tinha planos ambiciosos. A estimativa era chegar a 2012 com 10 mil alunos e orçamento anual de R$ 60 milhões. Mas a queda de investimentos destinou à Uergs um futuro diferente. Hoje, 2.880 alunos estudam na instituição – nem um terço do planejado em 2001. Mesmo com o partido criador da universidade de volta ao governo, ainda faltariam R$ 20 milhões para que a meta orçamentária inicial fosse cumprida.

Em 2005, a Uergs chegou ao ápice em número de alunos – 3.780 alunos, uma alta de 157% em relação a 2002. Em 2007, uma decisão judicial fez a universidade perder corpo docente, composto por contratos emergenciais. Era o início de uma fase de declínio. Hoje, apesar do aumento gradativo no orçamento – passou de R$ 24,11 milhões, em 2011, para R$ 38,89 milhões, em 2012 – a Uergs está longe de alcançar a meta idealizada no nascimento.

Para Maria Beatriz Luce, especialista em Política e Administração da Educação e professora da UFRGS, planejamentos a longo prazo, incluindo recursos e professores, são fundamentais para instituições de Ensino Superior. Ela pondera que o nascimento da Uergs não foi acompanhado de um plano de cargos e salários ou de um orçamento para construir prédios e laboratórios.

FERNANDA DA COSTA



Menos do que o necessário

Enquanto o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Uergs prevê 442 docentes até o fim do ano, a instituição tem 192. Se o plano fosse cumprido à risca, até 2016, seriam necessários 600 professores para atender a demanda e a previsão de novas graduações. O reitor Fernando Guaragna diz que, mesmo com o concurso anunciado esta semana, para contratação de 29 educadores, ainda faltam 57 docentes para suprir a atual necessidade da instituição. O secretário estadual da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, Cleber Cristiano Prodanov, garante que a previsão é autorizar concurso em maio.

Em Alegrete, são apenas dois professores efetivos e dois temporários, para cem alunos de Pedagogia. Na cidade, a Uergs funciona em um espaço cedido pela Superintendência do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e em salas de aula do Centro Profissionalizante Nehyta Ramos. O laboratório de informática tem oito computadores, para uma turma de 35 acadêmicos. Em São Luiz Gonzaga, a situação é semelhante. São apenas três professores efetivos e dois temporários para 119 alunos, de três cursos: Pedagogia, Tecnologia em Agroindústria e Tecnologia em Agropecuária Integrada. Em 2005, a unidade contava com 19 docentes.

Secretário cita avanços nos últimos dois anos

Se por um lado há unidades com déficit de docentes, em outras faltam alunos. Apesar do ensino gratuito, ter vagas de sobra é uma realidade. Em Erechim, das 40 vagas oferecidas neste ano, só 20 foram preenchidas. Em Caxias do Sul, o curso de Tecnologia em Agroindústria tem perto de 10 alunos. Nos dois últimos anos, o campus não abriu vagas. Sananduva tem 71 estudantes. Em 2004, eram 305.

– Em dois anos, avançamos muito. Autorizamos contratação de professores, criamos Plano de Carreira e PDI – argumenta Prodanov.

O secretário ressalta que o orçamento cresceu e não foi usado plenamente pela instituição. O reitor reconhece que a Uergs não utilizou toda a verba no último ano.

– Muitos projetos aguardam autorizações do Estado, como os que envolvem obras, e muitas licitações que realizamos deram vazias – justifica.



ENTREVISTA - “O orçamento é frustrante”

Fernando Guaragna - Reitor da Uergs



Primeiro reitor eleito da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), Fernando Guaragna afirma que a instituição precisa de mais investimentos para desenvolver as unidades. Confira trechos da entrevista:

Zero Hora – Por que muitos docentes abandonaram a Uergs?

Fernando Guaragna – Quando a universidade nasceu, o salário dos docentes era melhor do que nas federais. Com o passar dos anos, a folha de pagamento dos servidores da União foi reajustada, e a dos professores da Uergs permaneceu estável. A remuneração dos nossos educadores chegou a ser 40% menor em relação aos das federais. Isso fez a instituição sofrer uma sangria de professores. A evasão estancou no ano passado, com a criação do Plano de Carreira.

ZH – Há unidades com equipamentos encaixotados há anos. Por que isso ocorre?

Guaragna – Eles foram comprados em outras gestões, sem planejamento. Em Sananduva, os materiais adquiridos não podem ser instalados porque o piso é de madeira. E quando destinamos verba para a reforma, a licitação foi vazia.

ZH – O que é preciso para reerguer a universidade?

Guaragna – Mais investimento, nosso orçamento é frustrante. Enquanto recebemos R$ 41 milhões, as estaduais do Maranhão e de Santa Catarina têm verba superior a R$ 150 milhões. Esperamos receber 0,5% do orçamento estadual, o que representaria cerca de R$ 100 milhões. Precisamos ter um índice fixo de recursos, para planejar os nossos investimentos.






sexta-feira, 19 de abril de 2013

QUE EDUCAÇÃO É ESTA?


ZERO HORA 19 de abril de 2013 | N° 17407 ARTIGOS


Günther Staub*



Neste mês, duas situações envolvendo estudantes, uma no Ensino Superior, outra no Ensino Fundamental, levam-nos a uma séria reflexão sobre questões que dizem respeito à educação no país.

Quatro estudantes universitários, no início do quarto semestre, tiveram repentinamente suspensas cinco disciplinas de seu curso. Ao procurarem uma explicação na secretaria, foram informados de que o curso havia sido transferido da manhã para a noite, com o término das aulas previsto para 22h45min. De imediato, a decisão da universidade acarretou três problemas básicos:

– Mudança de turno: nesse horário da noite, não há mais ônibus para os bairros onde eles moram. Uma das alunas, inclusive, para chegar a sua casa, precisa passar por uma vila de alta periculosidade e, por isso, ficaria muito sujeita a assaltos etc. A universidade simplesmente sugeriu que eles contratassem um serviço de ônibus escolar. Acontece que são estudantes pobres, sem recursos financeiros para usar o referido transporte escolar.

– Andamento do curso: como algumas dessas disciplinas canceladas são pré-requisito para outras, a decisão da universidade vai comprometer seriamente os semestres seguintes.

– Condição de bolsista: como são alunos bolsistas, eles não poderão prestar contas ao órgão financiador, o que acarretará uma recomendação negativa em relação àquela instituição, além da falta de acesso ao curso superior.

Outro caso que chama a atenção é o de uma criança, estudante de uma escola pública, que passou do primeiro para o segundo ano sem saber ler, pois tinha abandonado a escola durante um semestre inteiro. Tanto os pais quanto a escola deixaram de tomar qualquer providência para evitar essa interrupção. Novamente, a situação criada trouxe problemas à criança:

– Abalo emocional: em uma das aulas, já no segundo ano, a professora pediu que o menino lesse, em voz alta, o que estava escrito no quadro-negro. Por não saber ler, ele começou a chorar e a ser ridicularizado por seus coleguinhas, o que acarretou seu desconforto definitivo, a ponto de negar-se a continuar naquela escola.

– Prejuízo escolar: em virtude da situação, os pais foram finalmente obrigados a tomar uma atitude e a procurar outra escola, cujo diretor comprometeu-se a suplementar a formação da criança. Só que, nesse processo, ela ficou quase um mês sem aula.

Cabem aqui algumas perguntas: como a escola permite que um aluno falte um semestre e, mesmo assim, seja aprovado? Como os pais deixam o filho um semestre inteiro sem frequentar a escola? Como um aluno com deficiência de conteúdo pode passar e acompanhar as aulas, se ele não apresenta as condições fundamentais para prosseguir nos estudos?

E mais, ainda, é assim que se trata a educação? É assim que queremos desenvolver o Brasil? Com a palavra os órgãos competentes.

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quarta-feira, 10 de abril de 2013

AVALIAÇÃO PERMANENTE


ZERO HORA 10 de abril de 2013 | N° 17398

ENTREVISTA - “Avaliação precisa ser permanente”

Jose Clovis de Azevedo - Secretário da Educação



Pouco mais de um mês após o início do ano letivo, um tema polêmico ainda concentra as discussões nas escolas: a chamada “avaliação emancipatória”, processo implantado pela Secretaria Estadual da Educação que dá chance de recuperação a alunos do Ensino Médio reprovados. O secretário da Educação, Jose Clovis de Azevedo, reconhece que a recuperação precisaria ser feita ao longo do ano, mas defende a aprendizagem como um direito do estudante. Nesta entrevista, concedida em março e complementada na semana passada, Azevedo também aborda o salário dos professores e outros temas da área.

Zero Hora – No ano passado, o concurso para o magistério teve um índice de aprovação muito baixo. Qual a sua expectativa para o próximo concurso, que chegou a ter mais de 80 mil inscritos (com quase 70 mil inscrições homologadas)?

Jose Clovis de Azevedo – Fico me perguntando, quando se diz que ninguém mais quer ser professor hoje. Claro que vale a pena. Na minha situação de professor aposentado, eu vou chegar, no ano que vem, incorporando esses 76% (de reajuste), a um salário de quase R$ 6 mil. Como é que não vale a pena uma carreira em que se chega ao final com um salário de R$ 5 mil, R$ 6 mil. Não vai ficar rico, mas é um salário digno, ainda mais considerando que é uma carreira de massa.

ZH – Recentemente, o Todos pela Educação divulgou relatório em que aparecem 226 mil crianças fora da escola no Estado.

Azevedo – Esse número dos 226 mil não é uma responsabilidade exclusiva do Estado. O Ensino Fundamental é compartilhado com os municípios, e a Educação Infantil é exclusividade dos municípios. No Ensino Médio, temos em torno de 50 mil a 60 mil em idade de 15 a 17 anos fora da escola. Não temos nenhum problema para atender esses alunos, só que eles não aparecem.

ZH – Por que o Ensino Médio não consegue atrair os jovens?

Azevedo – Porque o Ensino Médio, e o ensino em geral, é muito formal, muito fora da vida, fora da realidade. Essa reforma do Ensino Médio que estamos fazendo tenta encontrar esse caminho. Só que não basta o Estado fazer uma reforma. É preciso que os professores, que as escolas, que as famílias estejam convencidas.

ZH – O senhor conseguiu convencer a comunidade escolar?

Azevedo – Essas coisas não se conseguem a curto prazo. Os primeiros resultados no Ensino Médio se traduzem no grande entusiasmo dos alunos, que fazem pesquisa, descobrem coisas. Mas não é na mesma proporção que os professores, com os professores é mais difícil, mais devagar.

ZH – A avaliação emancipatória está provocando polêmica, e uma das críticas é o fato desse processo de recuperação ter sido feito em março. Não deveria ter ocorrido ao longo de todo o ano passado?

Azevedo – Tem que ser feito ao longo do ano, isso está correto. O processo de avaliação tem que ser permanente e imediato. Se alguém não aprendeu, tenho que saber naquele momento que não aprendeu e criar as condições para que ele avance naquele momento. Só que, enquanto isso não acontecer, nós temos que ter outros mecanismos.

ZH – Mas por que essa recuperação já com o ano letivo rodando?

Azevedo – Se ela não foi conseguida no ano anterior, ela tem que ser conseguida durante o processo.

ZH – E se não for?

Azevedo – O problema é de todos nós. Às vezes, o professor fala como se ele não tivesse nada a ver com essa situação. Ele é o principal responsável. Alguém vai dizer: “Está dizendo que o professor é o culpado.” Não existe culpa, existe responsabilidade. Nós, professores, somos especialistas em ensinar. Quando alguém não aprende, o especialista não está conseguindo cumprir a sua tarefa. O objetivo da escola não é reprovar, é garantir a aprendizagem.

ZH – Os professores dizem que são obrigados a passar um aluno que não foi bem.

Azevedo – Ele não é obrigado a passar, ele é obrigado a recuperar esse aluno. Pode ser que ele chegue num limite, teve aquele aluno que não pôde ser recuperado, e ele não vai passar. E aí não é um problema só dele, é um problema da escola enquanto instituição, ela tem que se movimentar nesse sentido. As pessoas aprendem em ritmos diferentes. E a escola do século 21 tem que trabalhar nessa perspectiva.

ZH – Fala-se que seria uma forma de diminuir os índices de repetência.

Azevedo – Não tem o menor sentido. Não é isso que vai diminuir substancialmente a repetência, porque vamos continuar tendo, por um bom tempo, um grande número de alunos que vai ser reprovado em mais de uma área. Agora, o interesse do professor e da escola deveria ser de diminuir os índices de repetência. Deveria ser o maior objetivo, não artificialmente, mas pela aprendizagem. A repetência é um fracasso do aluno, da família, do professor, da escola e do secretário de Educação. Eu me sinto atingido. Assim foi quando eu era professor e hoje sinto da mesma forma.

ZH – Por que a secretaria resolveu ampliar as possibilidades de aprovação este ano, quando alunos que tiveram nota ruim em mais de uma área farão recuperação e podem passar para o 2º ano?

Azevedo – O que está se fazendo é uma oportunidade a mais para aqueles alunos que foram mal, não tiveram um bom aproveitamento. Porque nós temos que estar sempre estimulando o aluno a crescer, desafiando o aluno a superar suas dificuldades. Então essa oportunidade fica ao arbítrio da escola. Não significa nenhuma pressão para aprovação de alunos que não têm condições. Não significa em hipótese alguma a aprovação automática, não significa que a escola não tenha autonomia para aprovar ou reprovar esse aluno.

ZH – Mas isso não acaba nivelando para baixo a exigência?

Azevedo – Não, porque a exigência é a mesma. É a mesma exigência de avaliação que o reprovou durante o semestre, no ano anterior. O tempo de aprendizagem de um aluno não é o ano letivo oficial, o tempo de aprendizagem das pessoas é a sua experiência de vida. É um equívoco essa visão predominante no Brasil de que a escola existe para medir um nível de conhecimento em determinado momento e, a partir daí, fazer um julgamento definitivo. A concepção de avaliação emancipatória é essa que aposta nas pessoas. É uma oportunidade a mais. Lembro que fui reprovado em matemática em 1962. E tive a oportunidade de fazer a segunda época em fevereiro. A partir daquela oportunidade, a matemática passou a ser o principal campo de interesse, e eu tirei 10 na prova.

ZH – Mas essas oportunidades precisam ser muito bem feitas para não se correr o risco de empurrar o problema para frente.

Azevedo – Esse é o papel da escola e do professor, fazer as coisas bem feitas.

ZH – As escolas optaram por metodologias distintas para a recuperação. Não se corre o risco de ter processos com níveis de exigência muito diferentes?

Azevedo – Se isso acontecer, não será por esse motivo, porque isso acontece sem essa oportunidade de recuperação. As escolas têm níveis de exigência diferentes, e inclusive diferenciado de um professor para outro dentro da mesma escola. Então isso acontece já. O que nós queremos é que a avaliação seja uma coisa séria, e que o aluno para ser aprovado realmente tenha crescimento perceptível.

ZH – Alguns dos relatos são de que não se teve muitas condições para se fazer essa recuperação.

Azevedo – Mas aí eu teria que dizer, então, que não podemos dar aula. Porque as condições são as mesmas, para fazer um trabalho de recuperação ou para fazer um trabalho tradicional.

ZH – Os professores estavam preparados para a mudança?

Azevedo – A gente nunca está preparado para as inovações, a gente se prepara na prática. A educação no Estado tem sido muito criticada pelos altos índices de evasão e repetência. Não há nenhum motivo para se dizer que o que estava sendo feito era melhor do que o que está se tentando fazer agora.

ÂNGELA RAVAZZOLO | EDITORA DE EDUCAÇÃO

A AVALIAÇÃO

COMO ERA - O estudante recebia notas, de zero a 10, calculadas com base no desempenho em testes, trabalhos e outros recursos de avaliação. A nota era dada por disciplina.

COMO FICOU
- O estudante receberá apenas quatro conceitos – um para cada área em que as disciplinas tradicionais foram agrupadas: linguagens (língua portuguesa e estrangeira, literatura, educação física e artes), matemática, ciências da natureza (biologia, física e química) e ciências humanas (história, geografia, sociologia e filosofia).
- Se o aluno apresentar desempenho insatisfatório em apenas uma área, poderá passar de ano, na situação de Progressão Parcial. Se receber conceito insatisfatório em pelo menos duas áreas, é reprovado – neste ano, no entanto, os reprovados receberam uma chance de passar de ano depois de recuperação.




PROFESSORES CHAMAM BM PARA CONTER TUMULTO


ZERO HORA 10 de abril de 2013 | N° 17398

BRIGA EM ESCOLA


O que era para ser uma reunião escolar com medidas educativas para os alunos mais bagunceiros transformou-se em tumulto, com PMs e adolescentes feridos, mães desesperadas, viaturas apedrejadas e muito tumulto. O incidente ocorreu na tarde de ontem na Escola Estadual José do Patrocínio, na Restinga Velha, zona sul de Porto Alegre.

Cinco adolescentes (quatro com histórico de infrações) e uma garota foram encaminhados ao Deca – alguns por desacato, outros por dano a patrimônio público. A polícia descobriu que um deles, de 15 anos, estava foragido da Fase, onde deveria cumprir medida socioeducativa por envolvimento com o tráfico.

Por volta das 15h, a direção da escola reuniu, na sala de vídeo, cerca de 25 alunos considerados indisciplinados. A ideia, conta a vice-diretora Magnólia Cortes Gomes, era oferecer uma palestra educativa. Um sargento, que trabalha no posto móvel da BM anexo à escola, foi chamado para garantir a ordem. Ele foi até a sala e, segundo relato de professores e de PMs, um dos alunos começou a insultá-lo. O PM de 52 anos teria pedido pelo menos três vezes para ele parar, mas o menino teria se negado e, então, recebido voz de prisão. Como o rapaz negou-se a se entregar, o policial chamou reforço e, em minutos, mais três brigadianos foram à sala. Houve luta entre os PMs e cerca de 15 adolescentes – seis deles foram apreendidos. Por telefone, os policiais pediram reforços.

Brigada vai apurar se houve excesso

Duas viaturas foram ao local. Mães de alunos asseguram que houve excesso da Brigada Militar. As aulas foram canceladas.

– Meu filho apanhou nas costas. Eles não têm direito de agredir adolescentes – protestou Denise Souza, mãe de um dos rapazes.

Comandante do 21º BPM, o major Egon Kvietinski disse que vai investigar se houve excesso dos policiais na ação. Várias crianças gravaram, em celular, a abordagem dos policiais. Conforme o oficial, se a polícia tiver acesso às imagens, vai analisá-las também. Ele explicou por que alguns soldados usavam armas longas:

– É a arma de trabalho deles.Quando foram chamados ao local, não tinham onde deixá-las. Não poderiam deixar no carro. O colégio funciona nos três períodos e tem 1.630 alunos matriculados.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

PROFESSORES FALTOSOS

O Estado de S.Paulo 08 de abril de 2013 | 2h 08

OPINIÃO


Os professores da rede estadual de ensino em São Paulo faltaram no ano passado, em média, 27 dias, o que representa cerca de 10% dos dias letivos obrigatórios por lei. Os dados, publicados pelo Estado (4/4), são da Secretaria da Educação e revelam uma situação inaceitável, sintomática do quadro geral de indigência a que está relegada a educação pública.

O presidente do Centro do Professorado Paulista, José Maria Cancelliero, diz que um dos motivos que levam os professores a faltar é o baixo valor da hora-aula na rede estadual, em torno de R$ 9. Segundo ele, um professor que dá aula em mais de uma escola muitas vezes prefere faltar em uma delas a gastar o dinheiro da condução, porque "não compensa". Já os alunos que ficaram em vão esperando pelo professor que se lixem.

É fato que o salário dos professores é o mais baixo entre os profissionais de nível superior. Em alguns casos, uma empregada doméstica, agora com seus direitos trabalhistas plenamente assegurados, ganha mais do que um professor da rede pública. Essa distorção é obviamente um dos motivos pelos quais pouca gente consegue responder à questão levantada pelo representante dos diretores das escolas, Francisco Antônio Poli: "A pergunta hoje é: quem quer ser professor? A resposta é: o idealista, ou aquele que não tem outra opção" - isto é, aquele que não conseguiu entrar em boas faculdades para seguir carreiras mais disputadas.

A presidente da Apeoesp, o sindicato dos professores do Estado, Maria Izabel Noronha, queixou-se ainda do aumento da carga horária e do estresse: "O professor já não aguenta mais". No entanto, outras profissões são igualmente desgastantes e mal remuneradas, mas não registram tamanho índice de ausência no trabalho - uma ausência que, ademais, prejudica dezenas de estudantes de uma só vez.

O problema maior é a cultura da precariedade na educação, em que se aceita como incontornável o fato de que a escola pública é ruim e não vai mudar. Diante disso, os professores faltosos não são sequer punidos pelas escolas. Já os professores que se empenham em seu trabalho se sentem injustiçados e, por fim, impelidos a aderir a esse pacto de mediocridade.

Além disso, os professores da rede pública têm o direito de faltar seis vezes no ano, e esse abono acaba se tornando um benefício oferecido nas negociações salariais para compensar os baixos vencimentos - é como se as seis faltas já fossem parte da remuneração, e não fruto de uma eventualidade.

A ausência do professor é admitida em contrato, como se ele não fosse necessário todos os dias do ano letivo. Ao aceitarem tal aberração, os professores contribuem para a desvalorização de sua profissão.

Quando um professor falta e não há um substituto, situação que acontece com frequência, os alunos ficam vagando pelo pátio, sem que a escola tenha estrutura e planejamento para aproveitar o eventual tempo livre com atividades educativas. Perdem-se preciosas oportunidades com isso e, pior, se cria um ambiente em que a ausência do professor é um dado da realidade.

"A professora ficou de licença duas vezes, depois deixou de ir. Todos os dias que tínhamos aulas de química, saíamos mais cedo. No final, todo mundo passou, sem ter feito nenhuma prova", relatou ao Estado uma aluna do 1.º ano do ensino médio de uma escola da zona sul de São Paulo. Situações como essa se repetem em praticamente toda a rede pública.

Não há por que duvidar que muitos professores faltam em razão do problemas de saúde, mas ninguém é obrigado a permanecer num emprego em que se sinta prejudicado. Uma vez que, a despeito das dificuldades, decida continuar dando aulas, o professor, como qualquer outro profissional, deve cumprir rigorosamente suas obrigações, pois os alunos não têm nada a ver com seus problemas pessoais.

Uma coisa é reconhecer as precárias condições de trabalho dos professores e cobrar das autoridades que mudem essa situação vexatória; outra, muito diferente, é aceitar que os professores comprometam o futuro de milhares de alunos com suas ausências frequentes.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

ALUNOS USAM COCAÍNA E MACONHA NA PORTA DA ESCOLA

R7 - 03/04/2013 às 09h04

Flagrante: Estudantes consomem entorpecentes junto com moradores de rua

Do R7, com Jornal da Record


Reprodução Rede Record

Moradores reclamam da falta de segurança


Estudantes da rede municipal do Rio de Janeiro são flagrados consumindo drogas no centro comercial da zona oeste da cidade. Ainda uniformizados, os jovens vão até uma praça, que fica ao lado de uma igreja. Na praça eles fumam maconha e cheiram cocaína.

O local também é frequentado por moradores de rua, que se juntam aos alunos no consumo dos entorpecentes. Policiais militares passam pelo local e chegam a abordar o grupo, mas não efetuam nenhuma apreensão ou prisão.

Os moradores reclamam da falta de segurança no local. O comerciante Alex Santos relatou que todos que moram na região estão assustados.

— É bem assustador, pois você passa e vê pessoas consumindo drogas o dia inteiro.

A polícia informou que irá tentar identificar os traficantes que agem na praça e a Guarda Municipal também informou que pretende abrir um posto de policiamento no local.