EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

DE COSTAS PARA A EDUCAÇÃO

ZERO HORA 24 de abril de 2013 | N° 17412

EDITORIAIS




A resolução das grandes questões estruturais da educação no Estado passa pelo fim do enfrentamento entre Cpers e governo, que se repete agora com a anunciada paralisação dos professores até quinta-feira. Mas a precariedade do ensino básico gaúcho tem muitas outras causas, além das relacionadas com as deficiências enfrentadas pelo magistério como categoria profissional. Entre essas, está a degradação física da rede pública de escolas, que afeta diretamente o aprendizado de milhares de estudantes. Um caso exemplar foi mostrado ontem em reportagem deste jornal, que denunciou a situação vivida pelos alunos do Ensino Fundamental da Escola Margarida Pardelhas, de Cruz Alta.

Crianças de oito turmas do educandário estão dividindo salas de aula, para que não fiquem sem estudar, enquanto o Estado conserta paredes com fissuras, infiltrações e outros problemas que vinham colocando todos em risco. Especialistas ouvidos concordam que misturar alunos num mesmo espaço é uma solução de emergência, que não pode se prolongar, sob pena de provocar danos às crianças, muitas das quais em seu primeiro ano escolar. Não é a primeira vez que o Estado improvisa. O governo anterior recorreu a contêineres para abrigar estudantes, por falta de salas de aula.

É humilhante para Executivo, autoridades do setor, direções das escolas, professores, alunos e seus pais que um dos Estados mais prósperos do país não consiga fazer a manutenção preventiva de seus colégios. A situação da escola de Cruz Alta não é, portanto, uma exceção. Os educandários públicos estaduais que recebem iPads, para se adequar à evolução dos recursos virtuais, são os mesmos que enfrentam, como contraste, deficiências dos recursos mais elementares. Este cenário explica por que o Rio Grande do Sul, que já teve educação de ponta, vem frequentando os últimos lugares em rankings nacionais de ensino. Professores e alunos que dividem salas de aula ao meio e se acomodam de costas, uns para os outros, na escola de Cruz Alta, são as mais recentes vítimas da deterioração do ensino básico do Estado.

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