Relegado ao segundo plano, em relação às políticas dirigidas nos últimos anos à formação universitária, o Ensino Médio finalmente começa a merecer atenção do setor público. O mais recente movimento nesse sentido foi a aprovação, pelo Conselho Nacional de Educação, de novas diretrizes que asseguram autonomia às escolas na definição dos currículos e enfoque de disciplinas. A inovação, resultante de oito meses de estudos, tem boa acolhida de especialistas, porque, ao lado de outras providências, poderia fortalecer os compromissos com a redução da evasão escolar.
No que tem de essencial, a mudança permitirá que as escolas invistam em suas potencialidades, de acordo com a realidade das comunidades, e assim obtenham melhorias na missão de ensinar. Corrige-se uma das falhas da educação básica no Brasil, que tem indicadores deploráveis. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE, em 2009 apenas 50,2% dos jovens brasileiros de 19 anos haviam concluído o Ensino Médio. Um dos fatores sempre citados para a evasão é a repetência. Naquele ano, em média, 24,1% dos jovens não conseguiram passar à série seguinte. O abandono da escola, por motivos diversos, também é atribuído em boa parte à desconexão entre o que é ensinado e a realidade dos próprios estudantes.
Assim, o país vem desperdiçando recursos e comprometendo o futuro de milhões de jovens, em consequência da reconhecida precariedade da educação formal, que tem a tarefa de preparar os brasileiros, não necessariamente para a próxima etapa da universidade, mas para a compreensão do mundo, para o trabalho e para a cidadania. São deficiências que interferem, mais adiante, na formação de profissionais com diploma superior e até mesmo, como constatou o próprio governo, na qualificação de técnicos de cursos profissionalizantes. Sem uma boa base, os estudantes saem do Ensino Médio mal preparados para aprimorar formações num mercado de trabalho cada vez mais exigente. É preciso, no entanto, que a autonomia curricular seja complementada por outras medidas, que levem em conta a qualificação e a remuneração dos próprios professores, as condições das escolas e o cumprimento da determinação constitucional de priorizar a educação.
EDITORIAL ZERO HORA 06/05/2011
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Não sou graduado e nem mestre em educação, apenas um pai desolado e um profissional de segurança pública que vem enxergando a destruição de jovens desorientados e sem segurança para enfrentar o futuro. Na minha opinião, a educação deveria ter um foco - a autonomia do futuro cidadão no mercado de trabalho. E isto deve começar já no ensino médio onde o jovem começa a identificar talentos e potencialidades, e aflue suas preocupações com o futuro. Neste hiato, a política educacional deveria ter a função de identificar a vocação, preparar o espírito e orientar o caminho motivando atráves da integração de conhecimentos científicos, técnicos, desportivos e artísticos. Para tanto, é preciso que professores estejam preparados e escolas ofereçam as condições para esta política multidisciplinar.
Este blog mostrará as deficiências, o sucateamento, o descaso, a indisciplina, a ausência de autoridade, os baixos salários, o bullying, a insegurança e a violência que contaminam o ensino, a educação, a cultura, o civismo, a cidadania, a formação, a profissionalização e o futuro do jovem brasileiro.
EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.
sexta-feira, 6 de maio de 2011
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