Decadência reflete ascensão do ensino profissionalizante - ZERO HORA 29/05/2011
Uma das principais razões apontadas por especialistas para o encolhimento dos centros de excelência é o tipo de ensino oferecido. Enquanto as famílias de classe média e alta rumaram para o ensino privado, o novo público-alvo dessas instituições de formação generalista se mostra mais interessado na educação profissional com o objetivo de sair da escola não com um diploma, mas com uma profissão.
– Acreditamos que a diminuição nas matrículas se deve ao fato de não termos curso técnico. Não temos nenhum curso profissionalizante – afirma a diretora do Flores da Cunha, Adriana Farina Marcon.
A diretora do Julinho, Leda Oliveira Gloeden, aponta duas razões primordiais para o esvaziamento:
– Vejo que a redução na natalidade e o interesse dos jovens em trabalhar diminuíram o nosso número de alunos.
Os índices confirmam as avaliações: nos últimos 10 anos, o total de alunos da educação profissional no Estado pulou de 53,9 mil para 80,8 mil – acréscimo de 50%. Por isso, o Julinho já ensaia uma mudança de rumo educacional.
Mediante um acordo com o Serviço Nacional do Comércio (Senac) começaram a ser oferecidos cursos técnicos no turno inverso às aulas. Os estudantes podem ser encaminhados para estágio remunerado e encaminhar a busca de um emprego. A diretora afirma que, graças a esse tipo de iniciativa, neste ano o número de alunos já teria registrado uma recuperação: cerca de 350 a mais. A SEC, porém, afirma que a confirmação desse número depende da divulgação oficial do censo escolar 2011.
O secretário estadual da Educação, Jose Clovis de Azevedo, relaciona a queda no número de matrículas à diminuição da taxa de fecundidade no Rio Grande do Sul:
– Especificamente no centro de Porto Alegre, essas taxas são ainda mais radicais. Então a ociosidade das escolas começa a aparecer.
A pasta pretende colocar em prática este ano, em Porto Alegre, uma experiência-piloto de transporte de estudantes que moram em áreas pobres para bairros onde os colégios estaduais apresentam ociosidade.
Este blog mostrará as deficiências, o sucateamento, o descaso, a indisciplina, a ausência de autoridade, os baixos salários, o bullying, a insegurança e a violência que contaminam o ensino, a educação, a cultura, o civismo, a cidadania, a formação, a profissionalização e o futuro do jovem brasileiro.
EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.
domingo, 29 de maio de 2011
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