Briga em escola de São Francisco do Sul vira tema de aula. Alunos se agrediram em sala terão que fazer trabalho especial sobre o bullying -DIÁRIO CATARINENSE, 14/05/2011 - A NOTÍCIA.
Uma briga entre duas alunas da escola estadual Nicola Baptista, em São Francisco do Sul, na terça-feira à tarde, causou polêmica. As duas jovens, de 14 anos, teriam brigado por causa de um namorado. Ninguém saiu ferido do tumulto, que aconteceu no intervalo entre uma aula e outra, mas toda a ação foi filmada por um aluno com uma câmera de celular e as imagens foram parar na internet.
Agora, a mãe de uma das meninas pede a expulsão da outra aluna e acusa a professora de não ter apartado a briga, fato contestado pela direção da escola, que ressalta que a divulgação indevida das imagens — já tiradas do ar — pode ser considerada um crime.
Segundo o diretor da escola, Marcelo de Jesus Miranda, a professora que estava na sala onde a briga aconteceu pediu, imediatamente, ajuda a outra professora, do primário, para separar as meninas, que se agrediam com puxões de cabelo. Ele diz que o caso está sendo apurado e já foi encaminhado à Gerência Regional de Educação (Gered), em Joinville.
— Vamos apurar os fatos e solicitamos à direção da escola uma ata com todo o registro deste episódio, com todas as orientações que foram dadas aos pais dos envolvidos, que foram chamados na escola —, afirma a supervisora de educação básica e profissional da Gered, Evelise de Fátima Martins.
— O diretor, inclusive, já orientou as mães das garotas envolvidas a registrar um boletim de ocorrência contra o menino, que filmou e divulgou as imagens da briga na internet, pela veiculação das imagens sem autorização —, complementa.
— As mães disseram que não vão registrar BO, mas a própria direção da escola poderá acionar a polícia, até porque entendemos que a divulgação das imagens constitui um ato infracional.
A supervisora ressalta que, conforme prevê o projeto político pedagógico da escola, nenhum aluno foi expulso, porque o direito de frequentar a escola, garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, não pode ser violado. Além disso, segundo o diretor da escola, os alunos envolvidos vão desenvolver um trabalho de conscientização.
— As meninas vão fazer um trabalho sobre bullying e apresentar para as turmas, para orientar as crianças e adolescentes a não brigar nem ofender outros colegas —, antecipa o diretor.
— Já o aluno que divulgou as imagens na internet terá que orientar os alunos com relação ao cyberbullying (prática de divulgação de imagens e informações que podem gerar constrangimento na internet, que inclusive constitui crime).
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