Carlos de Albuquerque Fontoura, advogado
Muito se fala a respeito do papel preponderante do professor na formação qualificada do aluno. Quase todas as opiniões ressaltam que, sem uma remuneração mínima e adequada à responsabilidade da sua ocupação, o educador está, com as valorosas exceções, fadado a exercer sua profissão com desânimo.
Fato natural, pois, além de não receber o devido reconhecimento social, equivalente à sua relevância na formação cultural e econômica do país, o professor enfrenta todo tipo de dificuldades materiais, decorrentes da notória impossibilidade de o salário atender às suas mais básicas necessidades de consumo.
Desta maneira, acostumamo-nos a ouvir uma grande verdade: os alunos são malformados em decorrência, principalmente, da péssima e inadequada remuneração dos professores, inversamente proporcional à sua já comentada e óbvia importância para a sociedade.
Porém, nunca se escuta falar a respeito de casos que ressaltassem o que acontece quando esse profissional é realmente valorizado; um caso prático, apenas, que seja.
Então, pergunta-se: o que acontece quando o professor é bem remunerado? Trata-se de investimento com retorno certo, ou se trata de mera retórica de sindicatos a necessidade de remuneração condizente?
A coluna Informe Especial do dia 10 de agosto de 2012, do jornal Zero Hora, responde a esta pergunta, pois ressalta a existência de um ranking salarial, divulgado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro), no qual o Colégio Leonardo da Vinci, unidades Alfa e Beta, de Porto Alegre, é o que melhor remunera seus professores no Ensino Fundamental do 1º ao 5º ano; o terceiro que melhor remunera no Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano; e o segundo que melhor remunera no Ensino Médio.
E aí? Aí que essa escola é simplesmente a que obteve o melhor desempenho dentre todas as escolas particulares de Porto Alegre no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do ano de 2011, sendo superada apenas por escolas públicas militares, no caso, Colégio Militar de Porto Alegre e Colégio Tiradentes.
Mera coincidência? Acaso? Acredito que não, pois há uma proporcionalidade direta entre a remuneração dos mestres e o desempenho dos alunos. Os números comprovam cabalmente o que todos sabem: quando o professor é valorizado, recebendo um salário digno e apropriado ao prestígio que deve ter, os resultados são imediatos e concretos, beneficiando os alunos e a sociedade como um todo. A prática demonstra a necessidade de investimento urgente nos difusores do conhecimento para que possamos melhorar o desempenho dos alunos e da educação como um todo no Brasil.
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