A UNIVERSALIZAÇÃO DA LEITURA

CORREIO DO POVO, 10/08/2012

EDITORIAL

O Brasil tem cerca de 100 milhões de pessoas que ainda não têm na leitura um hábito ou uma prática cotidiana. De acordo com a presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Karine Pansa, isso abre um grande mercado editorial para a publicação de obras. Como se sabe, a leitura é um hábito complementar aos conteúdos apreendidos durante a fase escolar e é fundamental para ampliar os horizontes das pessoas, inclusive funcionando como força motriz de um processo de qualificação e de ampliação de competências individuais.

Segundo a dirigente da CBL, em 2011, o mercado cresceu 9,8% na produção e na vendagem de livros, com redução do preço médio de cada exemplar, que chegou a 45%. Ela defendeu a união da iniciativa privada para estabelecer um conjunto de ações que possam universalizar a leitura no país, contando com o exemplo de pais e de professores, pois as crianças tendem a tê-los como referência e como modelos no seu desenvolvimento.

De sua parte, o Ministério da Cultura quer também estabelecer programas e projetos que elevem o número de leitores. A ministra Ana de Holanda ressaltou que neste ano foram investidos R$ 373 milhões na criação de bibliotecas, no circuito de feiras de livros, em campanhas institucionais, na compra de acervo para bibliotecas, buscando tornar estes lugares mais atrativos.

A melhoria dos índices de leitura no Brasil é uma tarefa intrinsecamente ligada ao seu potencial de crescimento. Quem lê exerce sua cidadania e contribui para que o país possa melhorar seus índices de desenvolvimento humano. Torna-se apto para exercer ofícios que exijam maior domínio de conhecimentos científicos, tecnológicos e inovadores e pode também repassar o conteúdo apreendido em novos patamares. O desafio de aprender cada vez mais, sempre com novas descobertas, é próprio de uma sociedade de leitores.