LER PARA SER

ZERO HORA 06 de agosto de 2012 | N° 17153

EDITORIAL

Merece reconhecimento e apoio da sociedade brasileira a campanha lançada na semana passada pelo Ministério da Cultura com o propósito de estimular a leitura no país. Pesquisa realizada no ano passado pelo Instituto Pró-Livro revelou que apenas 28% da população brasileira lê livros, jornais e textos de maior conteúdo na internet. Significa que o Brasil tem um universo de 100 milhões de pessoas que se declaram não leitores. O levantamento mostrou também que 85% da população usa o seu tempo livre preferencialmente para ver televisão.

Por que é importante ler? O slogan da campanha governamental tem uma resposta emblemática para esta questão: Leia Mais, Seja Mais. Quem lê com assiduidade – e compreende o que lê – amplia seu horizonte de conhecimento, de cultura e de oportunidades. Ler amplia o vocabulário, permite maior compreensão da sociedade e do mundo, facilita o entendimento de uma civilização que se vale da escrita para se comunicar e se orientar. Quem lê tem acesso mais rápido a informações que podem ser decisivas numa sociedade cada vez mais competitiva. Ler facilita, também, o uso da tecnologia.

Além de tudo isso, ler é um prazer. Com boas escolhas, o leitor pode viajar pelo mundo sem sair de casa, tem oportunidade de conhecer lugares e culturas diferentes, de antecipar e ampliar o conhecimento sobre coisas que, de outra forma, sequer imaginaria existir. Um leitor atento e bem informado não se deixa enganar por manipuladores, confronta posições divergentes e aprende distinguir a verdade da impostura.

Quem lê aperfeiçoa o discernimento, desenvolve a personalidade e conquista confiança para defender suas próprias posições. Estimular a leitura é investir na cidadania e na construção de um país mais digno.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Mereceria reconhecimento e apoio se a campanha fosse precedida se redução de impostos na impressão e no valor de venda dos livros quer hoje são muito altos e tolhem escritores de publicar suas obras e leitores de ler estas obras. No Brasil, é comum os políticos criarem leis e campanhas voltadas apenas para a mídia e propaganda política partidária, sem se preocupar com aqueles que criam ou que consomem.