EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

domingo, 2 de setembro de 2012

ESCOLA E FAMÍLIA

 
ZERO HORA 2 de setembro de 2012 | N° 17180

EDITORIAL INTERATIVO



A ideia de que a aprendizagem é um problema da escola, a quem os pais devem delegar a atribuição exclusiva de ensinar – como se, ao cruzar os portões da instituição, as crianças se despissem da condição de indivíduos situados num contexto sociofamiliar específico –, é mais arraigada do que se costuma admitir. É comum ouvir-se, em encontros de pais, expressões como “Quem tem de ensinar é a escola”, “Não tenho tempo para tomar lição em casa”, ou, pior ainda, “Estou pagando, o colégio que faça a sua parte”.

Nesses casos específicos, a culpa não é da sociedade contemporânea, mas da mentalidade herdada de um passado já distante, quando o ensino tinha caráter confessional. Mesmo em comunidades interioranas do Brasil, famílias de prole numerosa, a quem não custaria um par de braços de trabalho a menos, costumavam enviar filhos e filhas aos colégios mantidos por ordens religiosas para que abraçassem a vida eclesiástica em troca de instrução. Os laços familiares dos noviços não se quebravam, mas a escola assumia, na prática, sua tutela. Com o advento da escolarização em massa e da urbanização, fenômeno relativamente recente em países emergentes como o Brasil, a relação entre família e escola foi se modificando, embora lentamente. Persevera, no entanto, a concepção errônea da educação como um processo mecânico, que envolve apenas o professor e o aluno. Segundo essa forma de pensar, se algo não sai como deveria nessa relação bipolar, é porque uma das duas peças da engrenagem não está funcionando.

É oportuna e precisa a proposta de que famílias e escolas se aproximem e unam forças. Em nosso país, a ideologia da época dos seminários se soma à passividade e ao conformismo de uma geração de genitores acostumados aos regimes de telentrega e self service. A educação, porém, não se constituiu num pedido pelo qual se espera até 40 minutos, com direito a cancelamento.

A aprendizagem exige a participação ativa de pais e de todos os demais integrantes do núcleo familiar. Não se propugna, com isso, a confusão de papéis entre familiares e educadores. A cada um compete uma responsabilidade específica no que toca à formação do aluno. Se um pai e uma mãe, mesmo com pouca instrução, demonstram interesse pelos conteúdos trabalhados, acompanham a realização de tarefas, se procuram manter-se informados a respeito do que ocorre no interior da escola e, principalmente, criam em seu lar um ambiente favorável ao estudo, estarão dando uma contribuição mais do que razoável. Da mesma maneira, profissionais de educação e instituições fazem bem em envolver os pais em uma colaboração produtiva, sem descaracterizar seus projetos pedagógicos e sem terceirizar atribuições. A colaboração de escola e família é poderosa e capaz de resultar em avanços indispensáveis à melhoria do ensino.

O editorial ao lado foi publicado antecipadamente no site e no Facebook de Zero Hora, na sexta-feira. Os comentários selecionados para a edição impressa, inclusive no Twitter @opiniaozh, mantêm a proporcionalidade de aprovações e discordâncias. A questão proposta aos leitores foi a seguinte: Editorial defende a participação ativa de pais e familiares no processo de aprendizagem. Você concorda?

O leitor concorda

Concordo, pelo simples fato de que não devemos transferir toda a responsabilidade para a escola, pois educar um filho é, além de tudo, um ato de amor, e o processo de aprendizagem é muito amplo para ser desenvolvido sem a participação ativa dos pais.

Leonardo Werner. Santo Antônio da Patrulha (RS)

Acho superimportante a integração de casa e escola. Importante também é a participação dos pais e ou responsáveis junto à escola. Tentando entender o processo utilizado no ensino e comprando a ideia.Fabiano Estigarribia – Gravataí (RS)

Concordo. A participação dos pais é fundamental, a base para se aprender o modo de vida, respeito e como ser cidadão está diretamente ligada ao ambiente familiar, é onde passamos a maior parte da nossa infância, é onde encontramos os seres que são nosso principal objeto de estudo, daí surgem as nossas primeiras noções de vida, ainda que, antigamente, dizem os mais velhos, existisse aula de civismo nas escolas. Hoje não vemos mais isso. Portanto, quem não aprende em casa e não aprende na escola, vai aprender em que lugar?Pedro Tatsch – São Borja (RS)

A presença dos pais na escola é de fundamental importância no processo de aprendizagem da criança, pois ela precisa sentir que a família e a escola estão unidas no processo de aprendizagem. Assim, a criança sentirá a importância do processo de aprendizagem para seu desenvolvimento como pessoa.Maria Goreti Huwe – Santa Cruz do Sul (RS)

O envolvimento dos pais no processo de aprendizagem é de extrema importância para o desenvolvimento da criança, pois é exatamente nessa época que estamos construindo nosso caráter, nossos desejos, bem como o contrário, os nossos medos aparecem, as dúvidas e os problemas decorrentes da fase escolar afloram e ter nossos pais participando de atividades dentro da escola é aproximar a família e assim fortalecer e adaptar cada vez mais este arcaico modelo escolar! Não vejo problema algum em os pais doarem um pouco do seu tempo para se reaproximar e entender o que se passa na escola e auxiliar, com orientação do educador, seus filhos da melhor maneira possível. Maurício Rocha – Porto Alegre (RS)

O leitor discorda

Nenhum leitor se manifestou contrário à participação dos pais no aprendizado dos filhos.

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