EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

sábado, 22 de setembro de 2012

CRITÉRIOS PARA FAZER JUSTIÇA

ZERO HORA 22/09/ 2012ARTIGOS

 

Pedro Gilberto Gomes


O Ensino Superior brasileiro sustenta seu desenvolvimento na avaliação do Ministério da Educação. Mas, como essa, outras avaliações são bem-vindas para universidades que desejam primar sua atuação pela excelência acadêmica. Afinal, sempre é importante ouvir a sociedade e o mercado para medir a qualidade e a pertinência do ensino, da pesquisa e da extensão. Isso vale para todas as instituições, independentemente de sua natureza jurídica, que devem fazer exame de consciência para ver em que acertaram, em que se equivocaram.

Mesmo aceitando todos os processos avaliativos, é necessário fazer considerações a respeito dos rankings, tão em voga hoje. Existem, por exemplo, critérios aplicados de maneira linear a todas as instituições, ignorando que elas são díspares. Os critérios devem ter uma abrangência tal, que permitam que uma instituição comunitária possa ser comparada a uma grande instituição federal. A qualidade no ensino não pode ser medida apenas pelo percentual de doutores, mas pela qualidade do projeto pedagógico, do ensino em sala de aula e de sua infraestrutura. Enfim, pelas condições de oferta, pois isso reflete sobremaneira no processo conduzido pelo MEC, por meio do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes), corporificado no Índice Geral de Cursos (IGC).

Importante também atentar para o aspecto da inovação, que não pode ser medido apenas pela quantidade de patentes registradas. Mesmo porque, no panorama brasileiro, comparado com nações desenvolvidas, o número de patentes está muito abaixo da qualidade de ensino e pesquisas desenvolvidos. O grau inovador de uma instituição deve ser medido pela criatividade, pela integração social e pela contribuição para o desenvolvimento da região onde ela se localiza. No RS, por exemplo, os maiores parques tecnológicos estão situados em universidades comunitárias. O número de patentes dessas instituições não é tão expressivo, mas sua contribuição para o desenvolvimento do entorno é fundamental. O mesmo pode ser dito com respeito à qualidade da pesquisa. Existem universidades mais jovens que, na última década, quase sem apoio oficial em termos de bolsas, deram um salto quantitativo e qualitativo fantástico.

Toda avaliação que promova um ranking entre as instituições deve também considerar esses pontos, sob o risco de cometer injustiças e causar danos à imagem de universidades sérias e que lutam com dificuldades para ministrar ensino, pesquisa e extensão de qualidade para seus alunos.

*Pró-reitor Acadêmico da Unisinos

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