EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

domingo, 9 de setembro de 2012

CULTURA DA CONFIANÇA

ZERO HORA 09 de setembro de 2012 | N° 17187. ENTREVISTA

Autonomia e valorização


Hanna Laakso, membro do Conselho de Educação da FinlândiaTodos os anos, o Conselho Nacional de Educação da Finlândia recebe mais de mil educadores de 80 países interessados em conhecer os segredos da excelência escolar. Em entrevista por e-mail, a responsável pela área de visitas do conselho finlandês, Hanna Laakso, afirma que a receita nórdica é selecionar os melhores educadores e dar-lhes autonomia.

Zero Hora – Qual característica do ensino finlandês atrai mais atenção de quem visita o país?

Hanna Laakso – Acredito que é a chamada “cultura da confiança”, comum na nossa sociedade. No campo da educação, significa ausência de avaliações externas de escolas e professores. Não temos inspetores. Nós os abolimos nos anos 90. A filosofia foi de que, assim, os professores podem se concentrar na sua tarefa principal: educar os alunos para sua vida futura, e não prepará-los para um exame.

ZH – Na sua opinião, qual a razão primordial para o sucesso do sistema educacional da Finlândia?

Hanna – A educação sempre foi muito valorizada no nosso país. A Finlândia é um pequeno país sem grandes recursos naturais, e pessoas qualificadas são vistas como um recurso importante. Temos um sistema educacional descentralizado, com muito pouca regulação. Escolas têm autonomia e liberdade para organizar a educação. Outra razão são os professores, motivados e comprometidos, e todos têm diploma de mestrado. Mas é difícil ingressar nos cursos de formação de professores, somente 10% dos candidatos conseguem. Uma razão para essa popularidade é que a profissão de professor é autônoma e independente. Professores são valorizados e vistos como importantes especialistas.

ZH – A senhora acredita que o modelo finlandês pode ser aplicado em sociedades muito diferentes?

Hanna – Nosso modelo, como um todo, não poderia ser copiado por países muito diferentes da Finlândia, mas alguns poderiam adotar partes do nosso sistema e adaptá-las. Já a ausência de avaliações escolares exige a “cultura de confiança”. Eu acredito que não funcionaria em outros tipos de sociedade. Não há liberdade sem responsabilidade.

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