Este blog mostrará as deficiências, o sucateamento, o descaso, a indisciplina, a ausência de autoridade, os baixos salários, o bullying, a insegurança e a violência que contaminam o ensino, a educação, a cultura, o civismo, a cidadania, a formação, a profissionalização e o futuro do jovem brasileiro.
EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.
quarta-feira, 21 de março de 2012
REAJUSTE SEM PISO SOB VAIAS
SEM PISO COM REAJUSTE. Protestos, vaias e 23,5% de aumento. Após sessão arrastada e tensa, com galerias lotadas de sindicalistas, o Piratini aprovou projeto que concede reajuste a professores, rechaçado pelo Cpers. CARLOS ROLLSING, ZERO HORA 21/03/2012
Em uma sessão tumultuada, foi aprovado ontem na Assembleia o projeto que concede reajuste de 23,5% ao magistério estadual em três parcelas: a primeira em maio, a segunda em novembro e a última em fevereiro de 2013.
O clima hostil imperou no plenário, onde deputados de situação, de oposição e militantes do Cpers – que povoavam as galerias do Legislativo – passaram mais de cinco horas trocando ofensas.
Algumas tentativas de acordo entre o Piratini e o Cpers foram articuladas no começo da tarde, mas não houve avanço. Os sindicalistas pediam o pagamento dos 23,5% em apenas uma parcela, no próximo mês de maio. Na contraproposta, o governo acenou com a aceitação da ideia de liquidação da correção em uma vez, desde que isso fosse feito em novembro. Sem a concordância do Cpers, o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, anunciou a manutenção do projeto original, que acabou aprovado.
No transcorrer da sessão, a oposição teve basicamente duas estratégias: pedir insistentemente a verificação de quórum – se 28 deputados governistas não marcassem presença a sessão seria suspensa – e pressionar pela aprovação de uma emenda de autoria do deputado Frederico Antunes (PP), cuja intenção era estabelecer prazo de 60 dias para que o Piratini enviasse à Assembleia um calendário projetando o pagamento do piso de R$ 1.451.
Como nenhuma das duas táticas prosperou – o quórum se manteve acima do mínimo exigido e a emenda foi rejeitada –, restou aos oposicionistas a missão de fustigar o Piratini com críticas que remontavam à campanha do governador Tarso Genro, que prometeu pagar integralmente o piso da categoria.
Cenários dos mais inusitados e contraditórios se cristalizaram na Assembleia. Deputados de PSDB, PMDB e PP, eixo de sustentação do governo Yeda Crusius, à época considerado pelo Cpers como inimigo da educação, foram aplaudidos efusivamente pelos sindicalistas. Aos gritos, Jorge Pozzobom (PSDB) subiu à tribuna e começou disparar condenações veementes ao Piratini. Os sindicalistas gritavam e aplaudiam. Ao dizer que o governador era o “padrasto” da lei do piso – ele assinou o texto original –, Pozzobom aceitou os incentivos da plateia e chamou Tarso de “palhaço”. Depois, voltou ao microfone para se desculpar. Pediu a retirada da declaração dos anais da Assembleia e disse que exagerou.
E assim prosseguiu a sessão, com críticas e mais críticas de oposicionistas. Os aliados eventualmente subiam ao púlpito para defender a proposta do governo, enfrentando as vaias dos sindicalistas, que, em alguns momentos, chegaram a lançar objetos em direção ao plenário. A atitude foi denunciada pelo presidente do Legislativo, Alexandre Postal (PMDB), que ameaçou retirar os manifestantes das galerias.
– Isso é estelionato eleitoral. Tarso prometeu em campanha pagar o piso – atacou Lucas Redecker (PSDB).
A base aliada do governo, apesar dos ataques sofridos, manteve-se inabalável, defendendo a tese de que se tratava de um “reajuste histórico”.
– Prefiro ser vaiado por um reajuste de 23,5% do que ser vaiado por acabar com a educação, como a oposição fez quando estava no Piratini – rebateu Valdeci Oliveira (PT), líder do governo, que constantemente foi chamado perlo Cpers de traidor e de outros adjetivos impublicáveis.
No final, os deputados aliados aprovaram o reajuste por 29 votos e nenhum contrário. A oposição, para não rejeitar um aumento de salário, preferiu se retirar do plenário.
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