EDITORIAL ZERO HORA 27/03/2012
É alarmante o alto índice de reprovação de estudantes do Ensino Médio nas escolas gaúchas. De acordo com os dados de 2010, o Rio Grande do sul é o campeão nacional de repetência nessa etapa do ensino: 19,9% do total de alunos matriculados sofre algum tipo de atraso no fluxo escolar por não conseguir acompanhar a turma. Os danos dessa reprovação massiva são incalculáveis, tanto para a autoestima dos jovens quanto para o desenvolvimento do Estado, pois o tropeço nas avaliações gera desestímulo, evasão, desperdício de recursos públicos e pessoas menos qualificadas para competir no mercado de trabalho e na sociedade.
O que mais chama a atenção nesse episódio é a diversidade de visões dos especialistas tanto para examinar as causas do fenômeno quanto para apontar correções. Algumas pessoas acham que o baixo investimento nas escolas públicas e os salários baixos dos professores estão na base da anomalia. Outros acreditam que a má formação dos mestres e o uso abusivo da reprovação como ferramenta pedagógica também provocam a deformação. E há, inclusive, quem acredite que os números elevados na rede pública do Estado se devem à vocação precoce dos adolescentes gaúchos para o trabalho – o que as pesquisas do IBGE desmentem, pois apenas 2,9% dos adolescentes de 15 a 17 anos trabalham.
Mesmo com tantas discrepâncias, é possível interromper o ciclo da repetência. É o que ensina, por exemplo, a Secretaria Municipal de Guaporé, na serra gaúcha, ao aplicar em suas escolas uma estratégia de atenção total aos alunos, antecipando detalhes que possam gerar contratempos para os estudantes. Não é por outro motivo que a cidade tem o menor índice de reprovação no Ensino Fundamental no Estado. Eis aí uma lição que merece ser replicada em outros municípios, pois o Rio Grande do Sul precisa sair da constrangedora posição em que se encontra.
Este blog mostrará as deficiências, o sucateamento, o descaso, a indisciplina, a ausência de autoridade, os baixos salários, o bullying, a insegurança e a violência que contaminam o ensino, a educação, a cultura, o civismo, a cidadania, a formação, a profissionalização e o futuro do jovem brasileiro.
EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.
terça-feira, 27 de março de 2012
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