EDITORIAL ZERO HORA 06/03/2012
A discussão sobre o piso nacional do magistério no Estado, que desde ontem inclui uma decisão judicial favorável ao pagamento, é um daqueles conflitos em que todos têm razão, mas nenhuma das partes pode ser integralmente atendida. Os professores gaúchos precisam, sem qualquer dúvida, ter os seus vencimentos melhorados, pois cabe-lhes o pior piso do país. O Estado tem que fazer um esforço para sair da constrangedora posição em que se encontra no ranking nacional: das 27 unidades federativas, apenas 11 não pagam o piso, e o Rio Grande ocupa a última colocação. O governador Tarso Genro, signatário da lei que garante ao magistério nacional um piso digno, reajustado pelos índices do Fundeb, tem que enfrentar a aparente contradição e buscar um caminho para melhorar gradativamente os vencimentos dos docentes, mas não pode ser irresponsável com as finanças do Estado. Diante de tantos impasses, a única alternativa possível é a do debate pragmático, sem radicalismos nem rupturas, sempre tendo em vista que o objetivo primeiro da educação é o aluno.
Se os representantes do governo e do magistério continuarem com o diálogo, como fizeram ontem num encontro que teve poucos avanços, certamente surgirão novas fórmulas para a solução do impasse. Também é desejável que a Assembleia Legislativa participe do debate, deixando de lado o oportunismo político que alguns parlamentares já começaram a manifestar, tentando tirar partido da situação. O momento é importante e exige a compreensão de todos.
Ainda que possa parecer uma simples reivindicação salarial de uma categoria específica, é mais do que isto. A qualidade da educação no Rio Grande do Sul caiu muito nos últimos anos, e esta queda está diretamente relacionada com a má remuneração dos mestres, com o desinteresse pela profissão, com a formação inadequada de quem ensina. O radicalismo do sindicato gaúcho, na defesa de um plano de carreira anacrônico, também contribui para este estado de coisas, mas o ciclo vicioso só será rompido se as partes envolvidas estressarem o diálogo.
Este blog mostrará as deficiências, o sucateamento, o descaso, a indisciplina, a ausência de autoridade, os baixos salários, o bullying, a insegurança e a violência que contaminam o ensino, a educação, a cultura, o civismo, a cidadania, a formação, a profissionalização e o futuro do jovem brasileiro.
EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.
terça-feira, 6 de março de 2012
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