EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

terça-feira, 6 de março de 2012

PRIORIDADES BRASILEIRAS?

Lisiane Werner Guterres. Professora de História com pós-graduação em Educação, Supervisão Escolar e Orientação Educacional - ZERO HORA 06/03/2012

Minha indignação com a situação da educação no Brasil obriga-me a escrever este artigo. É uma constante na mídia nacional a discussão sobre o valor do piso a ser pago ao magistério público estadual. Tenho uma pergunta que não quer calar: por que não há dinheiro para remunerar melhor quem educa o povo, faz o país crescer, forma o médico para curar nossas doenças, o juiz para promover a justiça, bons executivos para formarem grandes empresas e gerarem mais empregos e progresso para o país etc.? Sabe-se que um país onde a educação não é valorizada não consegue usar todo o seu potencial, ficando à margem daqueles em que a educação é prioridade.

Outra pergunta que não quer calar: será que o povo brasileiro (que paga um dos mais altos impostos do mundo) prefere dobrar o número de vereadores, aumentar os salários dos políticos, pagar (pelo menos até o momento) o 14º e, pasmem, o 15º salário (fora as mordomias como auxílio-moradia, entre outros) para quem já ganha muito mais do que deveria (falo da classe política), que goza, além de férias, um enorme recesso, não cumpre horário, não precisa de escolaridade (exemplos: Tiririca, Lula, entre outros)? Para isso não falta dinheiro? Com um detalhe, para aumentar seus salários votam bem ligeirinho, mas para a educação a polêmica se arrasta por meses, anos... e nada de solução e, quando decidem, não pagam.

O governo, quando fala em qualidade de educação, em momento algum está contemplando o salário do professor. Na sua visão distorcida, a qualidade se resume em construir escolas, aparelhá-las com o mínimo possível, institucionalizar a aprovação, e por aí vai. Agora, falou em salário para os docentes, aí o Estado vai à bancarrota. O que vemos, então, é um contrassenso. E aí vem a terceira pergunta, não menos importante que as outras: como se falar em qualidade na educação quando o professor tem que se desdobrar em jornada tripla para poder lograr uma qualidade de vida mínima para si e sua família?

Se existem verbas suficientes para os referidos salários (dos políticos), é porque está sobrando dinheiro, então repassem para o custeio do salário dos educadores, pois o governo afirma não poder pagar porque a maioria tem titulação máxima. Esclarecendo: a maiorias dos professores tem nível superior e pós-graduação e alguns ainda contam com mestrado e doutorado (à custa de muito sacrifício, usando as horas que deveriam ser de lazer e ajuda financeira de terceiros), por isso o governo não pode pagar o piso, só poderia se não fossem graduados, dessa forma os políticos podem ganhar muito, os educadores não. Se alguém entender este raciocínio, me explique, porque eu ainda não entendi.

Considerando que neste ano haverá eleições, é um ótimo momento para se refletir.

PS: Com 40 horas, quase aposentada, não consigo perceber do Estado R$ 2 mil líquidos.

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