Boletim vermelho. Alto índice de repetência no Ensino Médio gaúcho preocupa especialistas em educação. Rio Grande do Sul é o líder nacional entre os Estados que mais reprovam alunos nesta faixa de ensino. Nilson Mariano, ZERO HORA, 26/03/2012 | 04h17
A liderança nacional entre os Estados que mais reprovam alunos no Ensino Médio preocupa especialistas em educação do Rio Grande do Sul.
Eles consideram inaceitável o índice de repetência de 19,9% (referente a 2010, último ano com dados disponíveis), por excluir milhares de jovens das salas de aulas, gerar desperdícios calculados em R$ 406 milhões anuais e comprometer o desenvolvimento gaúcho.
Em reportagem de ontem, Zero Hora revelou como o Rio Grande do Sul ganhou o campeonato de maior reprovador brasileiro no Ensino Médio, apresentando um desempenho que assusta até mesmo o secretário estadual da Educação, Jose Clovis de Azevedo.
Para o pesquisador Gabriel Grabowski, da Universidade Feevale, um conjunto de fatores se acumulou nos últimos 20 anos, potencializando a deficiência.
O mais grave é a falta de investimentos. Grabowski observa que o Brasil aplica somente R$ 1,7 mil anuais por estudante, enquanto outros países, de porte econômico semelhante, investem cerca de R$ 10 mil.
Outro motivo é que 85,9% das matrículas do Ensino Médio estão com a rede pública estadual, justamente a menos contemplada com recursos.
— A esfera pública deveria receber maior atenção. Mas ocorre o inverso, está sendo desprestigiada — diz o professor da Feevale, especialista em Ensino Médio e Educação Técnica Profissional.
Helena Côrtes, da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS), lembra que o Ensino Médio, se comparado ao Fundamental, sempre registrou maior repetência e evasão.
Propõe, como uma das soluções, tornar o ensino mais atraente, sintonizado com a vida dos jovens. Recomenda que uma das providências é equipar as escolas.
— O perfil do aluno do Ensino Médio é o do adolescente ligado em tecnologias — afirma.
O baixo desempenho gaúcho não surpreende Vera Peroni, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Vera entende que o resultado ruim apenas reflete o “desmonte” que a escola pública vem sofrendo há décadas no país.
Não bastasse a falta de investimentos, Vera aponta que a escola secundária foi sobrecarregada com a expansão do número de vagas.
— Espera-se de tudo da escola, mas sem investimento algum para que ela possa cumprir suas funções — critica a educadora da UFRGS.
Este blog mostrará as deficiências, o sucateamento, o descaso, a indisciplina, a ausência de autoridade, os baixos salários, o bullying, a insegurança e a violência que contaminam o ensino, a educação, a cultura, o civismo, a cidadania, a formação, a profissionalização e o futuro do jovem brasileiro.
EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.
segunda-feira, 26 de março de 2012
ALTO ÍNDICE DE REPETÊNCIA NO RS PREOCUPA ESPECIALISTAS EM EDUCAÇÃO
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário