EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

PROGRAMA DE APERFEIÇOAMENTO DE PROFESSORES

MESTRES EM FORMAÇÃO. A receita de um bom professor - NILSON MARIANO, ZERO HORA 07/04/2011

O ministro da Educação, Fernando Haddad, estará hoje em Porto Alegre para lançar o programa de aperfeiçoamento de professores, numa parceria entre o Estado e o MEC
Os professores gaúchos serão convidados a estudar para melhorar o desempenho em sala de aula. O Ministério da Educação (MEC) e o governo estadual devem lançar hoje, em Porto Alegre, um programa de treinamento do magistério, que prevê formação e aperfeiçoamento continuado.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, chega hoje ao Estado para assinar o protocolo de intenções com o secretário estadual de Educação (SEC), Jose Clovis de Azevedo. O plano é qualificar os 75 mil educadores nos níveis de licenciatura, especialização, mestrado e por meio de cursos rotineiros.

– Quem ensina precisa estar permanentemente aprendendo. Queremos criar essa cultura – ressalta Azevedo.

A cooperação com o governo federal também deve se refletir na conservação das escolas, na modernização tecnológica e na gestão do ensino. A intenção é que a aliança gere o que Azevedo define como “compromisso mútuo”, abrangendo todas as dimensões do ensino.

O secretário espera encaminhar pelo menos boa parte dos projetos ao MEC até o início de maio. Eles serão necessários para se obter as verbas para a reforma de colégios, a compra de equipamentos e a realização dos cursos de aprimoramento. Azevedo entende que a situação dos professores oscila entre “altos e baixos”. Uns são excelentes, outros não tiveram a formação adequada.

– Mesmo os que fizeram os melhores cursos, se não continuarem estudando, podem ficar desatualizados – observa.

Independentemente da parceria federal, a SEC iniciou cursos e seminários de atualização nas regiões de Santo Ângelo, Santa Rosa e Ijuí, nas Missões e no Noroeste. Incluem teorias de aprendizagem, administração escolar e uso de novas tecnologias.

Melhorias no magistério não são um desafio exclusivo de gaúchos. Em março, em Nova York, foi realizado o 1º Encontro Internacional sobre Professores justamente para se repensar a profissão. Um dos coordenadores do evento e diretor para educação da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o alemão Andreas Schleicher diz que a qualidade do ensino está ligada à competência dos professores. Alerta que a eficiência dos educadores depende da seleção, da formação continuada, do plano de carreira e de avaliações constantes.

Recompensar bons, excluir maus

Schleicher é contundente sobre o papel dos educadores. Defende que é preciso recompensar os bons docentes e excluir os maus profissionais. É favorável à avaliação por mérito, método que gera controvérsias no Brasil.

– A meritocracia é um princípio muito importante. Manter a eficiência de um corpo docente implica não apenas dar aos professores oportunidade, apoio e incentivo para que continuem a fazer bem seu trabalho, mas também tirar da sala de aula aqueles que não são eficazes – afirma o diretor da OCDE, em entrevista repassada pelo site Mini Web Educação.

O Encontro de Nova York tratou de questões como baixa remuneração e falta de condições para o trabalho. Foram citados os exemplos do Japão e de Cingapura, onde os governos acompanham de perto as variações de mercado para se certificar de que os salários dos professores são competitivos. Na maioria dos países, no entanto, os vencimentos são inferiores aos de outros profissionais graduados.

Uma das necessidades, para qualificar o magistério público, é atrair jovens idealistas. A tarefa, porém, pode ser inglória no Brasil. No início deste ano, a Fundação Victor Civita (FVC) divulgou pesquisa revelando que apenas 2% dos alunos do Ensino Médio têm interesse em seguir a carreira docente. O levantamento ouviu 1,5 mil estudantes do terceiro ano, de 18 escolas públicas e privadas do país.

– O estudo mostrou que um terço dos jovens entrevistados chegou a cogitar a carreira de professor, mas desistiu em função da baixa atratividade – informa a diretora-executiva da FVC, Angela Dannemann.

Além de não fascinar os jovens, a carreira desestimula os veteranos. Levantamento do movimento Todos pela Educação aponta que professores com mais de 50 anos de idade são minoria na Educação Básica do país.

Uma das causas é a aposentadoria precoce, por falta de estímulo para se manter na ativa. Ao contrário, em países como a Finlândia, os Estados Unidos e a Alemanha, a proporção dos experientes é maior em sala de aula.

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