EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

PARA VINGAR IRMÃ, JOVEM DESTRÓI E APAVORA ESCOLA


EM DOSE DUPLA. Para vingar irmã, jovem destrói e apavora escola - JULIANA BUBLITZ, zero hora 21/04/2011

Tiago Diburcio Pinheiro, 23 anos, queria vingar a irmã. Acabou invadindo o colégio onde ela estudava, na Capital, e deixando em pânico alunos, professores e funcionários. Por pouco, em meio a chutes, socos e ameaças, não protagonizou uma tragédia.

Aluna da Escola Estadual Fernando Gomes, no bairro Jardim do Salso, a garota de 14 anos dizia aos familiares que era vítima de bullying. Não queria mais estudar. Chorava em casa.

Na tarde de terça-feira, ao buscar a irmã na aula, Tiago perdeu o controle. Ex-aluno da própria escola, o pedreiro passou pelo portão principal, subiu dois lances de escada e entrou na sala da turma 61, onde a garota estudava.

– Ele veio na minha direção e perguntou que turma era aquela. Perguntei o que queria, mas ele não respondia. Ficou nervoso e deu um chute numa classe – contou a professora.

O pontapé assustou os adolescentes, com idades entre 12 e 14 anos. A maioria correu em direção às janelas. Alguns se atiraram para debaixo das mesas, com medo de possíveis disparos. Outras se ajoelharam e rezaram. Assustada, a educadora conseguiu fazer sinal para que uma garota fugisse e chamasse o vice-diretor, Claudio Humberto Nascimento. Alguns colegas também tentaram escapar, mas Tiago impediu.

– O cara falava palavrões e dizia que ninguém mais ia mexer com a irmã dele. Parecia aquela história do Rio. Estava todo mundo chorando – contou uma das testemunhas, de 12 anos.

Em cinco minutos, o vice-diretor apareceu na porta.

– A cena era assustadora. Vi a turma acuada num canto e pedi que o rapaz saísse – disse Nascimento.

Atordoado, Tiago desceu as escadas. Os alunos fizeram o mesmo e, com a ajuda da diretora, Berenice Corsetti, entraram na sala dos professores, cuja porta foi trancada. Enquanto isso, já no saguão, Tiago teria avançado sobre Nascimento e um garoto de 16 anos. Depois, foi até a sala dos professores. Como não conseguiu entrar, quebrou o vidro da porta com um murro. Só parou com a chegada dos policiais.

Algemado, foi levado ao Palácio da Polícia e autuado por “destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia, com violência ou grave ameaça”. Pagou fiança de R$ 500 e foi liberado.

Ontem, na escola, a diretora se reuniu com um grupo de pais. Berenice quer fazer um abaixo-assinado para pedir mais segurança ao governo do Estado – precisa de um porteiro, de monitores e de um muro. Ela nega que a irmã de Tiago sofresse bullying. Segundo Nascimento, a aluna era nova e tinha “dificuldades de relacionamento”, mas o Serviço de Orientação Educacional já estava apurando o tema.

“Ele perdeu a paciência”. ENTREVISTA Sandra e Abrelino Pinheiro, pais do agressor

Em casa, a dona de casa Sandra e o jardineiro Abrelino Pinheiro, pais de Tiago Diburcio Pinheiro, 23 anos, deram ontem sua versão da história. Confira a entrevista a ZH:

Zero Hora – Por que Tiago foi até a escola?

Sandra – Ele foi buscar a irmã. Aí começaram a ofender a guria e ele viu. Ela não queria mais ir à escola por causa do bullying.

ZH – O que ele fez?

Abrelino – O problema é que ele estava alcoolizado. Ele reclamou e não foi ouvido. Enfiou a mão no vidro e quebrou. Então vieram para cima dele. Mas ele não agrediu ninguém.

ZH – Vocês não acham que ele poderia ter agido de outra forma?

Abrelino – Poderia. A gente não mandou ele fazer isso. Ele perdeu a paciência, mas não agrediu ninguém. Isso é invenção deles (da direção).

ZH – Na escola, disseram que ele chutou uma classe e agrediu algumas pessoas.

Abrelino – Não. É mentira. A nossa filha estava junto e viu tudo. Ele não tinha faca, não tinha arma. Só bateu aquele histerismo por causa da bebida e da raiva que estava sentindo. A moral de tudo isso é uma só: a incompetência dos professores ao não darem atenção à queixa que registramos. Fomos ignorados. Foi isso que gerou o problema lá no Rio de Janeiro, não foi?

ZH – Sua filha vai mudar de escola?

Abrelino – Agora não tem outro jeito. A escola ligou dizendo que era melhor mudar, mas é um absurdo. As meninas que faziam bullying é que deveriam sair.

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