Apesar dos repetidos alertas de órgãos do governo e de entidades privadas, vem crescendo o descompasso entre o dinamismo da economia brasileira e as deficiências na formação de mão de obra, incapaz de atender, com qualificação, às demandas desse crescimento. Recente estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reforça o diagnóstico sobre as deficiências de formação de profissionais para as mais variadas áreas e nos mais diversos níveis. Constata o Ipea que as vagas para técnicos de nível médio, como construção civil, indústria e comércio, não são preenchidas porque os candidatos não satisfazem os requisitos exigidos. Só no Rio Grande do Sul, há pelo menos mais de 30 mil ofertas de emprego à espera de profissionais.
Governos, escolas e empresas devem finalmente reagir à constatação mais preocupante no estudo, segundo a qual muitos trabalhadores, recém formados ou mesmo com experiência, apresentam habilitação formal para as tarefas que pretendem desempenhar, mas não têm qualificação. São pessoas mal preparadas para o mercado, por deficiências do ensino básico ou dos cursos profissionalizantes que frequentaram. Tal cenário não se resume ao ensino técnico de nível médio e estende-se também à formação superior. Informa o instituto que, dos engenheiros formados, somente 28% obtêm notas consideradas de alto desempenho, e quase 30% têm resultados apenas medianos. O resultado dessa deficiência é um paradoxo que exige intervenção: mesmo que o país tenha atingido o pleno emprego, pelo menos 1 milhão de profissionais não encontrarão trabalho este ano por não estarem qualificados para as funções oferecidas.
Com um sistema de formação técnica que o próprio governo admite estar ultrapassado, o país não pode ser indiferente ao fato de que faltam profissionais em determinadas áreas, enquanto outras formam trabalhadores para vagas escassas ou inexistentes. A União promete começar a corrigir as distorções com o lançamento do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que beneficiará o Rio Grande do Sul com sete escolas técnicas e 8,4 mil vagas. É um começo, que depende não só do setor público. Como lembra o Ipea, também as empresas, mantenedoras de entidades encarregadas de formar mão de obra, precisam participar desse esforço.
EDITORIAL ZERO HORA 30/04/2011
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É só ler a descrição deste blog para avaliar que o maior motivo de sua criação foi denúnciar que os jovens saem do ensino sem uma qualificação que lhe possa dar autonomia e sustentabilidade para conviver em sociedade.
Este blog mostrará as deficiências, o sucateamento, o descaso, a indisciplina, a ausência de autoridade, os baixos salários, o bullying, a insegurança e a violência que contaminam o ensino, a educação, a cultura, o civismo, a cidadania, a formação, a profissionalização e o futuro do jovem brasileiro.
EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.
sábado, 30 de abril de 2011
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