EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

terça-feira, 19 de março de 2013

ESCOLHER A VOCAÇÃO PARA NÃO ERRAR A PROFISSÃO


ZERO HORA 19 de março de 2013 | N° 17376

Eu vou ser...

Conhecimento sobre a carreira ajuda a diminuir dúvidas sobre qual curso escolher



Nem sempre é fácil bater o martelo sobre qual curso fazer na universidade. A indecisão pode ser resultado da imaturidade natural de jovens que mal terminaram – se é que já concluíram – o Ensino Médio, que se potencializa com a falta de informações sobre as carreiras de interesse.

Os vestibulandos Carla Abelaira, 18 anos, e Henrique Garbin, 19 anos, afirmam já estarem certos do que querem. Segundo eles, aconselhar-se com profissionais foi fundamental.

Aprovada em História na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) no verão passado, Carla cogitava uma carreira acadêmica. Contudo, resolveu não iniciar o curso depois de ter uma conversa com o pai:

– Vi que meu talento é para coisas práticas. Sou uma ativista dos Direitos Humanos e dos Direitos dos Animais, por isso acho que posso me dar bem no campo das Ciências Jurídicas – analisa.

Henrique garante que vai seguir candidato a uma vaga no curso de Medicina. Em sua primeira tentativa, ele concorreu para Economia. Na segunda, optou por Relações Internacionais. Na terceira, neste ano, convenceu-se pela carreira na área da Saúde, mas não foi aprovado:

– Nunca soube o que queria. Gostava de todas as matérias. Todos os testes que fiz no ano passado indicavam que me enquadraria tanto em Relações Internacionais quanto em Medicina. Meu pai é médico, aí, peguei livros dele, fui ao hospital, conversei com colegas dele. Hoje estou bem seguro do que quero.


Oriente-se: conheça a carreira de perto

O fim da temporada de vestibulares reinicia o ciclo de estudantes que passarão os próximos meses se preparando para conseguir uma vaga na graduação com a qual sonham, às vezes, há anos.

Não são poucos os que começam o novo ano letivo ansiosos por saberem as respostas para questões de álgebra, química orgânica ou concordância nominal. Contudo, há uma pergunta essencial, cuja resposta pode ser bem complicada de encontrar: que curso quero fazer?

Aos vestibulandos ainda em dúvida, especialistas em orientação profissional recomendam que o dilema sobre a carreira a ser buscada seja encarado logo no início do ano.

– No começo, o aluno tem mais tempo. Além disso, pode ficar mais motivado com a definição – explica a psicóloga Márcia Fischer Vieira.

A coordenadora do Centro de Avaliação Psicológica, Seleção e Orientação Profissional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Maria Célia Lassance, também ressalta a importância de não demorar em trazer o assunto à tona:

– A dúvida é um elemento complicador do estudo.


Escolha deve evitar estereótipos


O senso comum é um grande inimigo dos indecisos. Maria Célia alerta que essa busca por informações a respeito das carreiras não deve ser feita apenas nos ambientes de trabalho tradicionais. Assim, um interessado em Psicologia, por exemplo, deve saber que um psicólogo pode atuar em espaços como hospitais e varas judiciais, além de consultórios particulares.

– O estudante tem de ver quanto de clareza ele tem sobre o funcionamento da profissão. Em geral, a escolha é feita em cima de estereótipos. Constrói uma imagem social, não um projeto profissional. Sites de conselhos e associações de classe são boas fontes – recomenda.

Para Márcia, é importante ter contato com quem trabalha na área para ter noção da rotina profissional e das alternativas de função a desempenhar.

– Quando for pedir informações para profissionais, é bom procurar alguém bem estabelecido, para não receber uma opinião contaminada de um trabalhador frustrado – avalia Márcia.


Como funciona a orientação profissional

Perfil -
Em encontros individuais ou em grupo, o estudante realiza atividades e participa de dinâmicas para traçar seu perfil pessoal.

Mercado - O estudante é encorajado a buscar informações sobre as profissões que lhe despertam interesse. Em alguns casos, são promovidas palestras com profissionais, que explicam o dia a dia da função.

Pais - Parte importante no apoio ao estudante, os pais, por vezes, se envolvem na orientação com o objetivo de perceber a necessidade de não exercer uma pressão negativa na escolha da carreira do filho.



Qual é a melhor estratégia para escolher um curso? Teste vocacional? Orientação com psicólogo? Acompanhar a rotina de um profissional? Qual é o momento certo para procurar ajuda?

A escolha de uma carreira é um dos maiores desafios de jovens recém-saídos da adolescência. É preciso analisar alguns aspectos mais práticos do que simplesmente o fato de simpatizar com matemática e ir para a Engenharia ou simpatizar com biologia e ir para a Medicina. É necessário pensar no perfil do profissional que se forma em um determinado curso e comparar com o que você quer ser. Além disso, há cursos com mercados restritos a grandes metrópoles e outros que exigem contato com o Interior. Por fim, a personalidade. O fato de ser introvertido ou extrovertido tem que ser levado em conta. David Mello

A questão da escolha do curso pode se tornar mais difícil do que passar no vestibular. Porém, acredito que a melhor escolha é focares na matéria que tu mais gostas e procurares áreas que se encaixam no teu perfil. Felipe Daniel Simionatto

O principal é selecionar as opções que se encaixam no seu perfil, não apenas que abranjam as áreas de que gosta ou tem facilidade. A ajuda profissional com testes vocacionais e a consulta com psicólogos podem ser úteis, principalmente nos casos em que se tem tendência a escolher um curso por influência de outras pessoas ou por um mercado mais atrativo financeiramente. Analisar as grades curriculares, ler a súmula das disciplinas são boas dicas para entender o curso. Isadora Laguna

A melhor estratégia para escolher um curso é aliar a vocação com a aspiração. É comum a juventude tentar o que está mais ao alcance da mão e depois abandonar o curso. Ou tentar aquele que conduza à profissão mais bem paga ou com mais concursos se abrindo. Mas o passado do aluno é o alicerce. Se no nível médio sentiu mais inclinação, gosto ou facilidade para ciências exatas, biomédicas ou sociais, deve escolher um curso compatível com essa vocação. Não tente Engenharia se não gosta de matemática. Nem Medicina se tem aversão pelas aulas de química. É comum ouvir pessoas de sucesso dizerem que fazem o que gostam. José Silveira

Fazer um teste de aptidão é um bom caminho. Também vale estudar algo de que goste, que tenha curiosidade em dominar. Ir atrás de um curso só pelo salário pode não ser uma boa estratégia. Jose Luiz Bicca Heineck

Em primeiro lugar, não pode pensar em salário. Quando se faz o que se gosta, o trabalho é benfeito e a remuneração será digna do desempenho. Em segundo, imagine-se atuando em áreas que o curso pode te oferecer depois de formado, se é realmente aquilo que quer fazer. E, por último, pesquise sobre as cadeiras do curso, se realmente seguem o perfil que busca. Sabrina Dias

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