EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

UM MILHÃO E MEIO DE JOVENS FORA DA ESCOLA

ZERO HORA 12 de agosto de 2013 | N° 17520

EDITORIAIS

Fora da escola




É preocupante a informação de que cerca de 1,5 milhão de jovens entre 19 e 24 anos, concentrados nas faixas mais pobres da população brasileira, não trabalham, não estudam nem procuram emprego. Extraído de pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas, o dado reflete um fenômeno já abordado em outros estudos: o de uma geração que, de tão expressiva, já vem sendo designada pelo neologismo nem-nem-nem. Segundo o levantamento, esses jovens, excluindo donas de casas e mulheres com filhos, passaram de 8% da população total nessa faixa etária em 2006 para 10% em 2011. Os nem-nem-nem estão expostos a uma fragilidade tripla. Em primeiro lugar, cerca da metade deles (46%) podem ser considerados pobres, uma vez que vivem em domicílios situados entre os 40% mais pobres na distribuição de renda. Em segundo, a maioria possui baixa escolarização e qualificação, o que certamente limitará suas opções caso desejem procurar emprego depois dos 24 anos. Por último, são consideráveis as chances de que, ao chegar à idade madura, venham a se tornar dependentes de benefícios sociais, como programas de transferência de renda do governo.

Os nem-nem-nem são um fenômeno relativamente recente no país. Ao deixarem de procurar emprego, tornam-se invisíveis para as pesquisas de emprego e se colocam fora do alcance de políticas sociais que permitiriam sua preparação para inclusão no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, sua inatividade é um fator a torná-los presas mais fáceis para a delinquência e o crime. Por mais difícil que seja o acesso a esses jovens, é urgente contatá-los para que sejam recuperados para uma vida produtiva. No momento em que assiste a uma melhoria significativa de seus indicadores sociais, especialmente os que se referem à escolaridade média da população, o Brasil não pode se dar o luxo de acalentar uma geração perdida.

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