INFORME ESPECIAL | TULIO MILMAN
Múltipla escolha
Pequena notícia de jornal: nos Estados Unidos, uma universidade comprou quadros brancos, desses usados pelos professores em aula, com uma característica peculiar: eles são à prova de balas.
Fiquei intrigado. De que adianta quadros à prova de balas se os alunos atiram uns nos outros e não em direção às paredes? É que os equipamentos são móveis. Basta retirá-los de onde estiverem, se esconder atrás deles e esperar que o tiroteio acabe.
Genial.
Detectores de metal, câmeras de vigilância. Nada disso é suficiente. Agora, o professor precisa de um escudo.
Versatilidade.
Já era assim antigamente: quem tem mais de 35 lembra dos famosos casacos reversíveis inventados por uma marca gaúcha. É a mesma tecnologia, aplicada aos suportes físicos da educação.
Imagino a sala de aula daqui a alguns anos: o professor atrás de um vidro blindado, os alunos com capacetes e coletes à prova de balas.
O quadro-negro, ou branco hoje em dia, era uma plataforma para compartilhar conhecimento. Uma espécie de iPadão. Virou ferramenta de defesa pessoal.
Em breve, giz que se transforma em gás de efeito moral e cadeiras autoejetáveis, para necessidade de fugas rápidas.
Favor não esquecer de abrir o teto antes de apertar o botão.
O futuro é logo ali.
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