EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

VIOLÊNCIA NA ESCOLA


EDITORIAL ZERO HORA, 03/10/2011


Primeiro espaço de socialização e lugar de transmissão de conhecimento, a escola é vista cada vez menos como um território seguro por crianças, pais e professores, o que deve acender um sinal de alerta. Avolumam-se os casos de violência, e o mais recente e rumoroso – o suicídio de um menino de 10 anos em São Paulo, que antes feriu com arma de fogo uma de suas professoras – precisa servir de advertência não só aos envolvidos diretamente com a educação, mas a toda a sociedade e à rede de apoio à criança, incluindo psicólogos, assistentes sociais e conselhos tutelares, além de órgãos de segurança pública.

Especialistas consultados em debate promovido no caderno Cultura do último sábado lembram que não chega a ser novidade a escola reproduzir violências comuns ao mundo do lado de fora de seus portões, como as agressões, as intolerâncias e os preconceitos. Segundo os estudos, porém, há agora um padrão novo: a substituição do vandalismo e dos crimes contra o patrimônio pelos crimes contra a pessoa.

A particularidade de o simples ato de ir à aula se constituir cada vez mais em motivo de angústia para alunos, pais e professores mostra que o assunto, como advertiram pesquisadores, não pode ser varrido para debaixo do tapete. Ao saber da morte de seu aluno, antes de deixar o hospital, a professora ferida chegou a dizer que não pretende voltar à sala de aula. Pode tratar-se de uma reação precipitada, causada pela notícia da tragédia e pelo próprio sofrimento, mas o certo é que a violência é fonte de queda na qualidade do ensino.

A preocupação deixa de ser com o aprendizado e as atividades escolares e passa a ser em como sobreviver para chegar, para ficar e para sair da escola. É preciso debater as causas e consequências desse fenômeno à exaustão, até que as comunidades – e isso inclui todos e não apenas a comunidade escolar – encontrem saídas para restabelecer novos padrões de convivência.

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