EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

sábado, 15 de outubro de 2011

PROCURA-SE MESTRE NA EDUCAÇÃO

Patrícia Luciene de Albuquerque,pedagoga - ZERO HORA 15/10/2011

O professor era o centro do saber. A escola era o lugar essencial do ensino e da aprendizagem. Ninguém sabia nada se não tivesse ido à escola. Essa era a concepção que a sociedade tinha de educação.

Nos dias de hoje, ouço muitas frases como: “Por que retornar à escola e deter minha educação?” ou “aprende-se mais lendo do que estudando” ou ainda “eu aprendo mais fora da escola”, e a sensação que tenho é de que o conhecimento (não os conteúdos!) está em toda a parte menos na escola.

Leio vários textos que retratam a situação política educacional em nosso país. Ouço atentamente os colegas que, além de relatarem experiências, levantam pontos que antes eu ainda não havia pensado e eis que surge uma grande interrogação: O que é essencial mudar para que haja educação no Brasil? Os salários dos professores? As estruturas das escolas? Os alunos?

Em minha opinião, o que precisa urgentemente passar por uma mudança são os cursos de formação. Lembro-me dos meus dias de normalista e também das noites cansativas no curso de Pedagogia e penso: o que realmente aprendi em sete anos e meio de formação? Saí preparada ou com uma base sólida para enfrentar a realidade de uma sala de aula? Não! E olha que me formei em 2009!

Escreve-se e fala-se muito dos problemas da escola, mas e os problemas dos cursos de formação? Quem discute? O Curso Normal e as licenciaturas são a base da escola que temos hoje. Que cursos temos, que não são capazes de despertar a vocação nos verdadeiros educadores e de barrar aqueles que não nasceram para ensinar? O que as provas objetivas, aplicadas no Curso Normal e de Pedagogia, podem avaliar em um educador? Não é preciso saber na ponta da língua o que todos os grandes educadores disseram, em qual livro está e o número da página; é preciso saber usar esses legados como base na construção de seus próprios degraus na educação.

Muitos dizem: “Não adianta ter uma boa formação, pois o sistema acaba engolindo todo mundo”. Até agora não sei se o sistema é um monstro enorme com garras afiadíssimas, uma boca engolidora de sonhos e atitudes profissionais coerentes ou uma mera lenda criada por professores que tiraram seu time de campo pela velha e boa estabilidade do concurso público. Penso que professores mal formados é que são oprimidos pelo sistema, acabam cedendo aos seus apelos e, no lugar de estarem discutindo o fazer pedagógico, ficam comprando perfumes e lingeries em suas reuniões. E, depois, ainda querem ser respeitados pelos alunos, admirados pelos pais e valorizados pelo governo.

Quando somos acadêmicos, nos fazem venerar Paulo Freire, Piaget, Vigotsky, Emilia Ferrero, Ana Teberoski. Eu gostaria muito mais de encontrar nos cursos de formação professores que eu pudesse admirar por estarem enfrentando as dificuldades de hoje e ainda assim serem mestres em ensinar. E por falar em mestres, você tem visto alguns por aí? Ah, não, ninguém mais quer ser mestre... só tia está bom...

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