JOSÉ MARCELO F. DE LUNA, PROFESSOR DO MESTRADO EM EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ (UNIVALI) - DIÁRIO CATARINENSE, 31/08/2011
Para Anísio Teixeira, um dos idealizadores da universidade brasileira, a educação superior deve promover não só a formação profissional, mas também o desenvolvimento do saber e o consequente alargamento da mente das pessoas. A natureza insubstituível dessa instituição deve ser mantida através da unidade entre pesquisa e ensino, praticada e expressa em diversos ambientes acadêmicos, como, por excelência, nas bibliotecas.
Vergonhosamente, não é o primeiro ano em que se constatam desvios flagrantes desse ideal de universidade. Em algumas instituições públicas, o segundo semestre letivo começa com a manutenção da greve de funcionários, que se arrasta há meses, levando consigo a oportunidade de os alunos consultarem a bibliografia das disciplinas que cursam, de se iniciarem e se manterem na pesquisa científica e de produzirem seus trabalhos acadêmicos.
Ao assistirmos, quase inertes, a mais uma expressão de desrespeito a um direito dos nossos educandos e educadores, queremos nos dizer chocados com as notícias de comercialização de trabalhos.
Há, de fato, compradores e vendedores de matéria acadêmica desde muito. No entanto, esse número parece crescer na medida em que faltam os incentivos e as condições para a devida e legítima produção científica.
Para jovens em formação, as portas insistentemente fechadas de uma biblioteca pública podem fazer com que gerações se abram à encomenda e à compra de trabalhos acadêmicos. Essa situação deve ser alarmante o suficiente para a sociedade, em especial professores, alunos, gestores institucionais e funcionários administrativos, garantir as condições plenas para o desenvolvimento da educação superior brasileira.
Os trabalhos acadêmicos devem ser a expressão de formação longa e continuada, que precisa ser desejada, ambientada, acompanhada, avaliada e valorizada por todos.
Este blog mostrará as deficiências, o sucateamento, o descaso, a indisciplina, a ausência de autoridade, os baixos salários, o bullying, a insegurança e a violência que contaminam o ensino, a educação, a cultura, o civismo, a cidadania, a formação, a profissionalização e o futuro do jovem brasileiro.
EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
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