EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

domingo, 7 de agosto de 2011

QUESTÃO DE JUSTIÇA

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - ZERO HORA 07/08/2011

Cobrar de quem pode pagar para estudar nas universidades federais não está na pauta do governo, mas o resultado da pesquisa divulgada durante a semana sobre o perfil econômico dos estudantes deveria, no mínimo, abrir um debate sobre o financiamento do Ensino Superior. A pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) mostra que, no Brasil, cerca de 56% das vagas nas universidades públicas são destinadas a estudantes das classes A e B.

Na Região Sul, a diferença é ainda maior: 66% dos alunos das universidades federais vêm do estrato que abriga os 10% mais ricos da população. Apesar das políticas de inclusão social e do aumento de quase 100% na oferta de vagas entre 2002 e 2010, a classe C pouco avançou nos últimos 15 anos em matéria de conquista de espaço nas universidades federais: o crescimento foi de apenas 3%.

Se o Brasil nadasse em dinheiro, os professores de todos os níveis fossem bem remunerados e 100% dos estudantes tivessem direito ao ensino público e gratuito na universidade, tudo bem, mas não é o caso. Como falta dinheiro na educação, seria razoável discutir uma forma de os alunos de maior poder aquisitivo pagarem pelo menos uma parte do custo da graduação. Esse dinheiro poderia ser usado para equipar as próprias universidades, liberando os cofres públicos para ampliar os investimentos na educação básica, ou mesmo na concessão de bolsas para alunos carentes que estudam em universidades privadas ou comunitárias.

O ensino público e gratuito universal, em todos os níveis, é uma bela utopia. Na vida real, entram nos cursos mais disputados os que podem pagar uma escola privada de qualidade ou cursinho preparatório para o vestibular. É verdade que as classes A e B pagam (ou deveriam pagar) impostos suficientes para lhes garantir a faculdade dos filhos numa instituição pública, mas quem disse que os pobres alijados do Ensino Superior ou obrigados a buscar financiamento para estudar em universidades privadas não pagam impostos?

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