EDITORIAL ZERO HORA 04/08/2011
Pesquisa divulgada ontem pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) chama a atenção para o fato de que, por si só, as chamadas políticas afirmativas e a expansão do número de vagas não têm sido suficientes para facilitar um ingresso considerável de estudantes de menor renda nas universidades federais. A situação é particularmente preocupante na Região Sul, onde apenas 33% de quem estuda nessas instituições provém das classes C, D e E. Ainda que a situação pudesse ser considerada pior sem algumas mudanças colocadas em prática nos últimos anos, o fato é que a questão deveria suscitar algumas providências num país e num Estado que precisam ampliar o número de anos de estudo da população.
Um dos aspectos apontados pelo levantamento é que nada menos de 12% das matrículas nas universidades federais são trancadas pelos alunos por razões geralmente associadas à questão financeira. O problema é comum em famílias com renda familiar de até cinco salários mínimos, o equivalente a R$ 2.550, e se amplia ainda mais nos casos em que há três ou quatro dependentes. Mesmo quem consegue ingressar numa instituição de nível superior acaba esbarrando em tantas dificuldades, que nem sempre chega ao final do curso.
A questão, como adverte a Andifes, é que não basta apenas facilitar o acesso à universidade: é preciso ter condições de se manter durante o período em que o universitário cursa uma faculdade. Por isso, o setor público precisa levar mais em conta a importância de políticas adequadas de assistência estudantil, que permitam aos universitários de menor renda arcar com custos financeiros inevitáveis até garantirem o diploma. Em contrapartida, cabe ao governo, como ocorre em países desenvolvidos, instituir um sistema de retorno por parte dos profissionais beneficiados pela formação subsidiada pela sociedade.
Em qualquer país, são os universitários, em grande parte, que têm a responsabilidade de formar outros profissionais, dos quais o Brasil e o Estado precisam para qualificar melhor sua mão de obra. Daí a importância de que o acesso à universidade passe a depender cada vez mais de habilitação para cursá-la do que de condições financeiras.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA- Como defendo a política educacional ambientada nos conhecimentos científico, técnico, desportivo e artístico a partir do ensino médio visando identificar potencial e talentos dos adolescentes e encaminhá-los para um futuro escolhido por ele a partir de descobertas das habilidades e vocações, os resultados positivos desta política se refletiriam nas universidades, inclusive públicas se...
- O sistema de ingresso deveria ser através de vestibulares com pontuações diferenciadas, mais um teste de requisitos técnicos e vocacionais, para cada faculdade.
- Durante o curso, o aluno de universidade pública terá que cumprir requisitos como nota mínima, mudanças de faculdade e trancamento plenamente justificado em critérios definidos, e tempo limite para encerramento de curso, sob pena de perda da vaga.
- Os formandos de universidades públicas que receberam o conhecimento profissional utilizando recursos públicos e sem pagar por eles, deveriam, como obrigação contratual, devolverem estes recursos em serviços comunitários por um certo período de anos nas suas áreas de conhecimento, após estarem aptos para desenvolver a capacidade aprendida.
Assim, estes três fatores irão contribuir para que os estudantes com poder financeiro passem a renegar o público, abrindo oportunidades para que uma grande massa de estudantes pobres possa cursar uma universidade pública.
Posso até estar falando bobagem, mas é o que penso.
Este blog mostrará as deficiências, o sucateamento, o descaso, a indisciplina, a ausência de autoridade, os baixos salários, o bullying, a insegurança e a violência que contaminam o ensino, a educação, a cultura, o civismo, a cidadania, a formação, a profissionalização e o futuro do jovem brasileiro.
EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.
sábado, 6 de agosto de 2011
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