PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - E agora, governador? - ZERO HORA 25/08/2011
Publicada a decisão do SupremoTribunal que reconheceu a legalidade do piso nacional do magistério, Estados e municípios não terão mais como alegar dependência de decisão judicial para protelar o pagamento. O governo Tarso Genro, que fechará as contas deste ano no vermelho, está diante de uma sinuca.
Na campanha eleitoral, Tarso se comprometeu com o pagamento do piso. Não disse que seria no primeiro ou no último ano de governo. Lembrou que tinha sido um dos pais da proposta, quando foi ministro da Educação, e que pagar era questão de honra. Para mostrar aos professores que não estava blefando, depois da posse protocolou no Supremo um ofício informando que o Estado do Rio Grande do Sul desistia da ação de inconstitucionalidade movida por cinco governadores, entre os quais sua antecessora, Yeda Crusius. A torcida, claro, adorou.
Como o Supremo decidiu que o piso é constitucional e que os R$ 1.187 se referem ao vencimento básico para 40 horas semanais, não resta ao Estado alternativa a não ser pagar. O problema é que não há dinheiro para implementar uma medida que significará um acréscimo próximo de R$ 2 bilhões ao ano nos gastos com pessoal. Uma decisão judicial não tem poder para produzir dinheiro e o Rio Grande do Sul não se enquadra nos critérios previstos na lei para pedir socorro à União se não conseguir pagar o piso. Tarso se compromete a pagar o piso “de forma gradual” até o final do seu mandato, mas os professores não querem esperar.
Integrantes do governo, do Judiciário e do Ministério Público preveem uma avalanche de ações judiciais exigindo o pagamento do piso. Para evitar que essa enxurrada congestione o Judiciário, o MP deve ajuizar nos próximos dias uma ação civil pública para que o Estado pague o devido aos professores. Se isso ocorrer, o governador pedirá ao MP e ao Judiciário que indiquem de onde remanejar recursos para pagar uma conta para a qual não existe previsão orçamentária neste ano nem perspectiva de receita suficiente em 2012.
ALIÁS - O governo gaúcho terá de decidir qual das duas leis vai desrespeitar: a que manda pagar o piso já ou a Lei de Responsabilidade Fiscal, que limita os gastos com pessoal.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Bastaria o Executivo reduzir cargos comissionados e gastos em outras finalidades diferentes da saúde, educação e segurança que deveriam ser áreas prioritárias em todos os governos. Com isto faria valer o piso nacional e respeitaria a lei fiscal.
Este blog mostrará as deficiências, o sucateamento, o descaso, a indisciplina, a ausência de autoridade, os baixos salários, o bullying, a insegurança e a violência que contaminam o ensino, a educação, a cultura, o civismo, a cidadania, a formação, a profissionalização e o futuro do jovem brasileiro.
EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
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