NOVA EDUCAÇÃO - SERGIO LEWIN, ADVOGADO, VICE-PRESIDENTE E COORDENADOR DA DIVISÃO DE ECONOMIA DA FEDERASUL, ZERO HORA 21/03/2011
As sociedades democráticas se caracterizam pela busca do consenso. O problema é que algumas questões não podem ser resolvidas segundo a opinião média, mas ao contrário, justamente afrontando está mesma opinião. O tema ‘educação’ vem merecendo grandes debates, contudo as soluções propostas, por espelharem o lugar comum, quase nunca atacam o problema de frente. O sistema de ensino público brasileiro, como acontece com todo o ambiente que não é regido pela meritocracia e pela competição, acabou se deteriorando.
A estabilidade, associada à falta de indicadores e de um sistema de incentivos mínimo, conduz o professor, na maior parte dos casos, a um grau de acomodação incompatível com a busca de aprimoramento. Ao invés da criação de novas vagas na rede pública de ensino, os governos devem fornecer vales-educação para os alunos, para que estes optem pela instituição de ensino em que querem estudar, sejam públicas ou privadas. Logo, as melhores instituições passarão a ter a maior procura e também a atrair os melhores alunos e professores, exatamente o contrário do que ocorrerá com aquelas de pior desempenho. É possível que, após alguns anos de competição com as instituições privadas, as públicas se vejam obrigadas a adotar indicadores de qualidade e possam melhorar seus próprios indicadores de desempenho.
A contratação de vagas na rede privada, ademais, constitui um alívio para os cofres públicos, pois evita a contratação de novos professores em regime de estabilidade e aposentadoria vitalícia. Vale lembrar que o governo federal, através do ProUni, durante a gestão do então ministro da Educação Tarso Genro, já vinha comprando vagas em instituições privadas de ensino superior para estudantes de baixa renda oriundos da rede pública, o que demonstra que as barreiras ideológicas não são um entrave à solução aqui proposta. O sistema do ‘vale-educação’ é um modo de operar a democracia na prática, permitindo aos alunos com menores condições financeiras a escolha do estabelecimento de ensino em que estudarão, tirando esta decisão do governo. Atualmente, somente os alunos com mais recursos desfrutam desta liberdade de escolha. A adoção deste modelo na educação deve ser apenas o prenúncio da contratação que o Estado deve fazer da iniciativa privada também em outros setores.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Eu discordo que tenha que envolver aporte financeiro sem contrapartidas para motivar alguém, pois este recurso entra no orçamento familiar e raramente vai atender as necessidades da pessoa que se quer assistir. Além disto, parece que os cofres públicos são ilimitados para um assistencialismo sem contrapartidas, e limitados e parcos para os servidores públicos que prestam serviços de educação. São estes mestres que merecem ser motivados financeiramente e não aqueles que precisam dos mestres para se orientar, formar, conhecer o potencial e identificar habilidades. Chega de propostas demagógicas e do assistencialismo falacioso e improdutivo que só visam interesse politiqueiro e desperdício de dinheiro público. O furo é mais técnico do que financeiro.
Defendo uma "nova educação" multidisciplinar onde o aluno é motivado pelo objetivo de vida, pela prática de suas habilidades, pela valorização do potencial, pelas relações dentro da comunidade escolar e pelo conhecimento científico, técnico, artístico e desportivo que poderão ampliar a sua visão de futuro e oportunidades no mercado de trabalho para a sua autonomia financeira.
Este blog mostrará as deficiências, o sucateamento, o descaso, a indisciplina, a ausência de autoridade, os baixos salários, o bullying, a insegurança e a violência que contaminam o ensino, a educação, a cultura, o civismo, a cidadania, a formação, a profissionalização e o futuro do jovem brasileiro.
EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.
segunda-feira, 21 de março de 2011
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