Este blog mostrará as deficiências, o sucateamento, o descaso, a indisciplina, a ausência de autoridade, os baixos salários, o bullying, a insegurança e a violência que contaminam o ensino, a educação, a cultura, o civismo, a cidadania, a formação, a profissionalização e o futuro do jovem brasileiro.
EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.
terça-feira, 29 de março de 2011
ALUNOS SEM AULA POR CAUSA DA VIOLÊNCIA JUVENIL
VIOLÊNCIA JUVENIL. Alunos sem aula após invasão de colégio. Dois adolescentes perseguiram e agrediram um estudante na sexta-feira - LETÍCIA BARBIERI | SÃO LEOPOLDO, ZERO HORA 29/03/2011
Invadida na sexta-feira por dois adolescentes que buscavam acertar contas com um aluno, a Escola Municipal Padre Orestes João Stragliotto, em São Leopoldo, no Vale do Sinos, amanheceu ontem com as portas fechadas. Os 950 estudantes foram dispensados para que professores e diretores, atordoados com a violência do episódio, pudessem reivindicar melhoria na segurança aos órgãos municipais. As aulas serão retomadas hoje.
Localizada entre duas vilas, no bairro Santos Dumont, a escola sofre os reflexos da disputa por território. Professores relatam que cenas de violência são testemunhadas diariamente dentro e fora do colégio, mas na sexta passou dos limites.
O caso aconteceu às 17h30min, quando os alunos deixavam a escola. Cercado na rua, um aluno da 6ª série correu para dentro da escola em busca de proteção, mas os agressores o seguiram. Pelo caminho, empurraram crianças, adolescentes e professores até encontrar o alvo, a quem agrediram com chutes e pontapés na frente de todos.
Ao apartar a briga e expulsar os agressores, o diretor e a supervisora foram ameaçados. Intimidados, professores e a direção da escola decidiram suspender as aulas por um dia para discutir com representantes das secretarias municipal de Educação e Segurança quais medidas poderão ser tomadas. A primeira delas foi atendida: um guarda municipal armado passou a fazer a segurança da escola.
– Pedimos um olhar diferenciado para esta região, um trabalho em rede, com assistência social, integração entre as comunidades – diz Daniele Eissmann, vice-diretora da escola.
Tijolos foram jogados dentro da escola uma semana antes
Nenhum cartaz precisou ser colocado no portão anunciando a suspensão das aulas. A comunidade parecia saber exatamente o que se passava. Os alunos não apareceram.
– É uma comunidade acostumada a pressões. Os pais deveriam estar aqui pedindo por segurança, mas não estão. É um problema social – diz a professora Patricia Schneider.
Uma semana antes da agressão na escola, tijolos arremessados do lado de fora quebraram cinco vidraças de uma sala de aula. Ninguém se machucou. Em 2009, uma professora foi agredida com pedaços de tijolo na cabeça.
– Em 2009, fizemos um abaixo-assinado pedindo ajuda, mas nada foi feito – lamenta Ingrid Stürmer, a professora agredida na ocasião.
Autoridades prometem providências
Além de um guarda municipal que reforçará a segurança da escola por um período ainda indeterminado e de uma reunião marcada com os pais, amanhã, para aproximá-los da escola, as secretárias de Educação, Leocádia Schoffen, e de Segurança, Eliene Amorim, de São Leopoldo prometem estudar novas medidas para a região. Ontem, elas estiveram reunidas com professores e direção da escola, além de representantes da Brigada Militar.
– Vamos aprofundar essas ações estabelecendo um cronograma de diálogos com os alunos e atuando em diferentes áreas, não só nessa situação pontual da escola como da região, com ações mais amplas. Se há violência na sociedade, ela invade o espaço escolar. Se diminui na sociedade, diminui na escola. E precisa diminuir para que o papel da escola, o da aprendizagem, possa ser desenvolvido – destaca Leocádia.
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