EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

sábado, 14 de julho de 2012

UMA ILHA DE ESPERANÇA

ZERO HORA 14 de julho de 2012 | N° 17130

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA

A entrega de 282 computadores a professores e alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Aurélio Reis, no bairro Jardim Floresta, em Porto Alegre, é uma cena rara que só se tornou possível por uma combinação igualmente rara de vontades. O governador Tarso Genro e o secretário da Educação, Jose Clovis de Azevedo, não teriam escolhido a Aurélio Reis para ser uma das primeiras a receber computadores do projeto Província de São Pedro se não tivesse ocorrido antes uma revolução nessa escola de periferia. Uma revolução comandada pela diretora Nássara Scheck, uma mulher que poderia ganhar a vida dando palestras de motivação para colegas professores.

A história dessa escola foi muito bem contada em Zero Hora pela repórter Juliana Bublitz, no ano passado. Mostrou como ela conseguiu virar o jogo e transformar em referência uma instituição que tinha tudo para ser apenas mais uma das que justificam os maus resultados pela pobreza dos alunos e pelas dificuldades do entorno. Do caos nasceu uma escola em que os alunos respeitam os professores e se respeitam. Pais participam da vida escolar, ajudam a manter o prédio, sentem-se donos do bem público. O colégio tem horta, biblioteca, quadra de esportes, como ZH mostrou na edição de ontem, em reportagem de Vanessa Beltrame.

Os professores da Aurélio Reis não ganham mais do que seus colegas de outras instituições. O que é preciso, então, para multiplicar esse modelo? Mesmo correndo o risco da simplificação, é possível dizer que são necessários líderes como Nássara para motivar professores, pais e alunos. Para engajar uma comunidade e convencê-la de que, para cobrar mais do governo, é preciso dar o primeiro passo. A Aurélio Reis tem agora um computador por aluno e por professor, como nas escolas uruguaias, que inspiram o projeto. Os professores foram treinados para explorar os recursos que o mundo digital oferece. Os próximos resultados da escola no Ideb e em outros testes de avaliação indicarão se esse é o caminho para transformar a educação no Rio Grande do Sul.

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