O GLOBO 17/07/12 - 9h05
Na escola com melhor Ideb do Nordeste, em Teresina, professores ajudam alunos a atravessar até ponte para que eles consigam pegar o transporte escolar. FOTOS DE JOÃO BRITO JR.
RIO - A série de reportagens que o GLOBO publicou sobre escolas que atendem crianças de baixa renda e têm Índice de Educação Básica (Ideb) acima de 6, média estabelecida pelo Ministério da Educação (MEC) para 2002 e índice considerado no patamar dos países desenvolvidos, reafirmou para César Calegari, secretário de Educação Básica do MEC, que é possível oferecer educação de qualidade quando a “escola se apodera e assume suas ideias, aumentando o grau de autonomia”:
— Esse é o denominador comum das escolas que, mesmo estando em lugares precários, conseguem oferecer educação de qualidade. Escolas mais autônomas têm mais successo e isso tem orientado as políticas do MEC.
Segundo ele, o Ministério tem trabalhado para fortalecer as equipes das escolas, oferecendo cursos de formação de professores, diretores e vices.
— A formação continuada é importante porque não basta boa vontade. É preciso preparo, é preciso que o professor saiba como avaliar o aluno e ele teve ter recursos para isso. Desse modo, pode reconhecer o potencial das crianças e pode capacitá-las, desenvolvendo ações individuias e coletivas.
Para o secretário, é fundamental ainda que cada integrante da equipe, do porteiro até os responsáveis pela direção, dominem o projeto educacional da escola em que trabalham.
— Crianças e jovens expostos mais intensamente ao projeto educativo se desenvolvem melhor. Além disso, o horário integral também é um fator importante. O turno de sete horas oferecido pelo Mais Educação proporciona que além das aulas as crianças tenham contato com a área cultural e esportiva, por exemplo. Por conta disso, ampliamos o programa, que hoje já funciona em 30 mil escolas.
De acordo com ele, para que mais escolas apresentem o mesmo resultado das 82 que, em 2009, atendiam crianças pobres e tinham Ideb acima de 6, é preciso ainda que o “país faça um esforço para aumentar o investimento em educação”.
— Investir 10% do PIB na educação é necessário. Mas isso não é suficiente. Precisamos melhorar os salários, ampliar a jornada dos alunos, fazer com que professores tenham dedicação exclusiva a uma única escola e ainda garantir que nenhuma criança de 8 anos chegue ao terceiro ano do fundamental sem estar alfabetizada. Esse é o mantra do MEC — diz Calegari.
Ele acrescenta que é necessário que as famílias sejam mobilizadas para que o aprendizado aconteça:
— Isso é decisivo. As escolas têm que interagir com as famílias, já que desse jeito tudo anda bem. Pelo que vimos na reportagem, nas escolas há uma preocupação em fazer com que o aluno não falte. E se falta, envolvem a família para que volte. Mãe e pai têm que se envolver, porque muitas vezes não sabem que o aprendizado é contínuo e por isso deixam o filho faltar.
Na escola com melhor Ideb do Nordeste, em Teresina, professores ajudam alunos a atravessar até ponte para que eles consigam pegar o transporte escolar. FOTOS DE JOÃO BRITO JR.
RIO - A série de reportagens que o GLOBO publicou sobre escolas que atendem crianças de baixa renda e têm Índice de Educação Básica (Ideb) acima de 6, média estabelecida pelo Ministério da Educação (MEC) para 2002 e índice considerado no patamar dos países desenvolvidos, reafirmou para César Calegari, secretário de Educação Básica do MEC, que é possível oferecer educação de qualidade quando a “escola se apodera e assume suas ideias, aumentando o grau de autonomia”:
— Esse é o denominador comum das escolas que, mesmo estando em lugares precários, conseguem oferecer educação de qualidade. Escolas mais autônomas têm mais successo e isso tem orientado as políticas do MEC.
Segundo ele, o Ministério tem trabalhado para fortalecer as equipes das escolas, oferecendo cursos de formação de professores, diretores e vices.
— A formação continuada é importante porque não basta boa vontade. É preciso preparo, é preciso que o professor saiba como avaliar o aluno e ele teve ter recursos para isso. Desse modo, pode reconhecer o potencial das crianças e pode capacitá-las, desenvolvendo ações individuias e coletivas.
Para o secretário, é fundamental ainda que cada integrante da equipe, do porteiro até os responsáveis pela direção, dominem o projeto educacional da escola em que trabalham.
— Crianças e jovens expostos mais intensamente ao projeto educativo se desenvolvem melhor. Além disso, o horário integral também é um fator importante. O turno de sete horas oferecido pelo Mais Educação proporciona que além das aulas as crianças tenham contato com a área cultural e esportiva, por exemplo. Por conta disso, ampliamos o programa, que hoje já funciona em 30 mil escolas.
De acordo com ele, para que mais escolas apresentem o mesmo resultado das 82 que, em 2009, atendiam crianças pobres e tinham Ideb acima de 6, é preciso ainda que o “país faça um esforço para aumentar o investimento em educação”.
— Investir 10% do PIB na educação é necessário. Mas isso não é suficiente. Precisamos melhorar os salários, ampliar a jornada dos alunos, fazer com que professores tenham dedicação exclusiva a uma única escola e ainda garantir que nenhuma criança de 8 anos chegue ao terceiro ano do fundamental sem estar alfabetizada. Esse é o mantra do MEC — diz Calegari.
Ele acrescenta que é necessário que as famílias sejam mobilizadas para que o aprendizado aconteça:
— Isso é decisivo. As escolas têm que interagir com as famílias, já que desse jeito tudo anda bem. Pelo que vimos na reportagem, nas escolas há uma preocupação em fazer com que o aluno não falte. E se falta, envolvem a família para que volte. Mãe e pai têm que se envolver, porque muitas vezes não sabem que o aprendizado é contínuo e por isso deixam o filho faltar.
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