EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

sábado, 7 de julho de 2012

ESPORTE E INCLUSÃO

ZERO HORA 07 de julho de 2012 | N° 17123. ARTIGOS

Kalil Sehbe, Secretario Estadual do Esporte e do Lazer, mestre em ciências sociais 


O esporte nos oportuniza superar nossos próprios limites. A cada conquista de um atleta gaúcho vibramos e nos enchemos de entusiasmo. Desde a descoberta de uma jovem promessa até sua chegada ao pódio, muitos são os desafios a serem transpostos. Alguns de nossos maiores talentos, contudo, precisam mais do que treinamento e obstinação: necessitam de apoio e muita força de vontade. Alguns deles realizam um grande esforço todos os dias para levantar da cama, se vestir e se deslocar, muitas vezes sozinhos, ao treino. Muitos não podem enxergar nem ouvir os adversários e precisam criar uma maneira diferenciada para se comunicar com os companheiros. Estes são os nossos grandes campeões, do esporte e da vida.

De acordo com o artigo 30 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, realizada este ano em Brasília, está garantido o seu direito à recreação, lazer e esporte. Com base nisso e nos apontamentos da Conferência Estadual de Esporte e Lazer de 2011, o governo do Estado tem um política clara e um conjunto de ações que garante a plena inclusão social por meio do esporte.

Já em 2011, ano de criação da Secretaria do Esporte e do Lazer e ressignificação da Fundação Estadual de Esporte e Lazer (Fundergs), apoiamos a maior delegação gaúcha da história das Paraolimpíadas Escolares e promovemos uma revalorização dos Jogos de Integração do Idoso, com mais de 1,5 mil participantes.

Em cumprimento às demandas da Conferência, realizamos clínicas paraolímpicas, qualificando centenas de profissionais de educação física. Apoiamos dezenas de entidades, como Apaes e escolas especiais, incluindo a construção de uma academia adaptada. No Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete), apoiamos modalidades como basquete em cadeira de rodas e judô para cegos e pessoas com deficiências. Lá realizamos uma colônia de férias de verão para mais de 2 mil crianças de áreas em vulnerabilidade social. Participamos ativamente do programa RS na Paz, construindo quadras poliesportivas em diversas comunidades.

Nosso calendário 2012 apresenta um grande número de competições, a exemplo dos Parajirgs e Paracergs (julho), Regional Sul de Goalball – futebol para cegos (julho), Jogos Abertos de Surdos (outubro), Paraolimpíadas Escolares (outubro), Jogos dos Povos Indígenas do RS (novembro e dezembro) e Jogos de Integração do Idoso (dezembro).

Mais do que fazer o politicamente correto, defendemos convictamente os investimentos no esporte, pois o entendemos como gerador de oportunidades e fator de transformação social.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - NO BRASIL ESTÁ FALTANDO RESPONSABILIDADE SOCIAL E ESPÍRITO OLÍMPICO. O esporte não é só inclusão ou lazer, mas uma prática de educação, cultura, saúde e técnica esportiva de um povo. Através do esporte se molda a saúde física e espiritual de uma pessoa podendo levar à autonomia e sobrevivência no mercado de trabalho de fizer do esporte uma profissão. No Brasil, o único esporte que é trabalhado para o futuro é o futebol. Os demais esportes são estimulados por poucos clubes e investimentos públicos só para aqueles que já detêm níveis de competição. Não há preocupação com a identificação de talentos e habilidades, estímulo aos novos praticantes e clubes devidamente capacitados com profissionais da área e incentivados pelo poder público para fazer isto.  

O Brasil é um país continental, imenso e de com enorme potencial nos esportes. Bastaria o Poder Público começar a tratar o esporte como educação, cultura e técnica, concedendo redução de impostos, subsídios e investimentos aos clubes, escolas e universidades que tratassem o esporte com responsabilidade social e objetivo olímpico.

O esporte não pode ser tratado apenas com forma de inclusão ou lazer, mas como uma prática de educação, cultura, saúde e técnica esportiva de um povo. Jorge Bengochea

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