ZERO HORA 19 de janeiro de 2014 | N° 17678
PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA
Foi lá pela metade do ano passado que o secretário da Educação, Jose Clovis de Azevedo, começou a achar estranho ter tantas reformas de escolas para inaugurar no Interior e nenhuma na Capital. Azevedo mandou assessores visitarem os colégios e tirar fotos. O que viu deixou o secretário chocado: se fosse inaugurar obras com tantos furos, corria o risco de levar uma vaia.
Os problemas dos quais o secretário só tomou conhecimento por ter mandado fotografar as escolas poderiam ter sido estancados antes, se a comunicação entre as diferentes áreas da Secretaria da Educação fosse mais fluida. Porque são abundantes os relatos de diretoras que constataram problemas e comunicaram à sua Coordenadoria Regional de Educação. Metódicas, essas gestoras registraram em ata os erros que encontraram, guardaram cópias de documentos e estão prontas para depor, se forem chamadas.
Depois que o secretário Azevedo veio a público pedir que a comunidade escolar ajude a fiscalizar, multiplicaram-se os relatos de professores com histórias parecidas com as das colegas das escolas Daltro Filho e Oscar Pereira. Uma professora do Colégio Estadual Francisco Antônio Vieira Caldas Jr. pede socorro para que as falhas decorrentes da reforma sejam corrigidas antes do início do ano letivo. Diz ela: “...na metade do ano passado terminou a reforma da escola e, com a chegada do inverno, começamos a sofrer as consequências de uma reforma malfeita. Começou a chover em lugares onde nunca tinha chovido. (...) as salas de aula, a biblioteca, a nossa sala de informática com 36 computadores, ficaram debaixo d’água. A direção da escola foi muitas vezes nas secretarias de Educação e de Obras para reclamar e nada foi feito. Começaram as chuvas de outubro e novembro e o alagamento foi tanto que tivemos que partir para os meios de comunicação. Teve um dia que não tivemos como dar aula, pois estava muito perigoso para os alunos. Chovia dentro de várias salas de aula e quando se ligava as luzes dava um barulho (...)”.
Zero Hora entrou em contato com a escola, mas a direção não quis falar, alegando que a empresa se comprometeu a consertar os estragos. A dúvida é: como as crianças encontrarão a escola na volta das férias?
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