ZERO HORA 13 de janeiro de 2014 | N° 17672
ARTIGOS
Por Gabriel Wedy
O poder constituinte originário de 1988 dispôs no seu art. 205 que a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Nesses 25 anos de Constituição Cidadã, tivemos avanços importantes. Todavia, em que pese a retórica oficial, a educação encontra-se desprezada pelo Estado.
Tenho dito e repetido que de nada adianta avaliar e lamentar o pibinho ou comemorar o pibão quando as crianças e os adolescentes, notadamente provenientes da população carente, permanecem no analfabetismo de fato ou funcional, sem conseguir compreender textos ou realizar operações matemáticas básicas.
Prova disto é o ranking global da educação recentemente publicado pela consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU). Segundo a EIU, o Brasil, inserido em um grupo de 40 países, encontra-se na 39ª posição, com o penúltimo conceito em educação, ao lado de Turquia, Tailândia, Argentina, Colômbia, México e Indonésia.
O ranking Pisa – Programa de Avaliação de Alunos (2012) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), por sua vez, não é mais generoso. Entre 65 países, o Brasil ocupa a 58ª posição. A qualidade da educação oferecida aos brasileiros fica abaixo de países como Costa Rica e no nível da fornecida ao povo da Tunísia. Em matemática, por exemplo, 67,1% dos alunos estão abaixo da linha básica de proficiência. Em relação à leitura, apenas 49,2% dos estudantes brasileiros sabem o básico, no sentido da compreensão do texto e conexão simples entre as informações deste e o conhecimento do cotidiano. Já em ciências, 61% dos estudantes brasileiros estão no patamar considerado de “baixo desempenho”.
A democratização na formulação das políticas públicas de educação com a participação efetiva de pais, professores, alunos e sociedade civil dentro de um orçamento mais robusto, a ser administrado de modo transparente, não seria um bom começo para tirar o Brasil desta vergonhosa letargia? Penso que sim. Também são necessárias escolas públicas de turno integral e a valorização salarial efetiva, e não retórica, dos professores. Os rankings internacionais e a indignação das ruas demonstram que, de fato, e mais do que nunca, a educação brasileira precisa, em tempos de gastos bilionários com a Copa, de respostas.
GABRIEL WEDY*
ARTIGOS
Por Gabriel Wedy
O poder constituinte originário de 1988 dispôs no seu art. 205 que a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Nesses 25 anos de Constituição Cidadã, tivemos avanços importantes. Todavia, em que pese a retórica oficial, a educação encontra-se desprezada pelo Estado.
Tenho dito e repetido que de nada adianta avaliar e lamentar o pibinho ou comemorar o pibão quando as crianças e os adolescentes, notadamente provenientes da população carente, permanecem no analfabetismo de fato ou funcional, sem conseguir compreender textos ou realizar operações matemáticas básicas.
Prova disto é o ranking global da educação recentemente publicado pela consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU). Segundo a EIU, o Brasil, inserido em um grupo de 40 países, encontra-se na 39ª posição, com o penúltimo conceito em educação, ao lado de Turquia, Tailândia, Argentina, Colômbia, México e Indonésia.
O ranking Pisa – Programa de Avaliação de Alunos (2012) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), por sua vez, não é mais generoso. Entre 65 países, o Brasil ocupa a 58ª posição. A qualidade da educação oferecida aos brasileiros fica abaixo de países como Costa Rica e no nível da fornecida ao povo da Tunísia. Em matemática, por exemplo, 67,1% dos alunos estão abaixo da linha básica de proficiência. Em relação à leitura, apenas 49,2% dos estudantes brasileiros sabem o básico, no sentido da compreensão do texto e conexão simples entre as informações deste e o conhecimento do cotidiano. Já em ciências, 61% dos estudantes brasileiros estão no patamar considerado de “baixo desempenho”.
A democratização na formulação das políticas públicas de educação com a participação efetiva de pais, professores, alunos e sociedade civil dentro de um orçamento mais robusto, a ser administrado de modo transparente, não seria um bom começo para tirar o Brasil desta vergonhosa letargia? Penso que sim. Também são necessárias escolas públicas de turno integral e a valorização salarial efetiva, e não retórica, dos professores. Os rankings internacionais e a indignação das ruas demonstram que, de fato, e mais do que nunca, a educação brasileira precisa, em tempos de gastos bilionários com a Copa, de respostas.
GABRIEL WEDY*
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