EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

terça-feira, 22 de maio de 2012

NA IDADE CERTA

EDITORIAL ZERO HORA 22/05/2012


O Ministério da Educação começou a encaminhar esta semana a prefeitos e governadores de todo o país os detalhes do Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), que pretende assegurar a alfabetização de todos os alunos até os oito anos de idade – como recomendam as organizações internacionais de atenção à educação. O principal foco do programa será a melhora na formação dos professores que lecionam nos três primeiros anos do Ensino Fundamental. O objetivo é reduzir a constrangedora defasagem dos estudantes brasileiros em relação aos alunos de países desenvolvidos. Recente levantamento mostra que, nas nações que investem mais no Ensino Fundamental, 57% dos estudantes detêm o conhecimento esperado para sua série, ou o superam. No Brasil ocorre o contrário: 77% dos estudantes estão atrasados em relação ao que deveriam saber na sua idade.

Logo depois de assumir o comando da pasta da Educação, o ministro Aloizio Mercadante anunciou um plano de pagamento de bônus para as escolas que alfabetizarem todos os alunos até oito anos, sob o argumento de que é muito mais inteligente resolver o problema na idade certa do que gastar em programa de recuperação depois. Por isso, o MEC pretende investir na formação dos 244 mil professores que lecionam nos três primeiros anos, distribuindo bolsas de incentivo para os profissionais participarem de cursos de capacitação fora do horário de trabalho.

O ensino brasileiro precisa mesmo dar este primeiro passo no sentido de recuperar o tempo perdido. Não podemos mais ficar apenas na dependência dos raros administradores com visão arejada, que conseguem produzir ilhas de excelência em meio à mediocridade geral do sistema público nacional. A última Prova Brasil, considerada uma radiografia do ensino público brasileiro, mostra um número reduzido de escolas em que os alunos apresentam conhecimento adequado para suas idades. São exemplos isolados, mas que deveriam ser seguidos por outras administrações. Não por coincidência, dos 10 melhores municípios da lista, sete são de Minas Gerais – o primeiro Estado a formular prova única para mapear as deficiências dos alunos e a criar metas para a sala de aula, inclusive com o pagamento de bônus salarial para os professores que elevam o nível do ensino.

Os bons resultados estão diretamente ligados a um conjunto de fatores que diferenciam estas escolas de suas congêneres, a começar pela escolha de diretores por critérios mais técnicos e menos políticos e culminando com o envolvimento da família com a educação das crianças. Mas o principal é a valorização e o incentivo à atualização dos mestres. Professores motivados e capacitados garantem o aprendizado. E o novo programa governamental só funcionará adequadamente se contar com a adesão e o comprometimento dos docentes.

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