ZERO HORA 07 de dezembro de 2013 | N° 17637
Ernani Polo*
Esta para ser votado na Assembleia Legislativa o Projeto de Lei nº 294/2013, do governo do Estado, em meio a outros mais de 90 PLs que ingressaram no parlamento gaúcho em regime de urgência, que extingue a Suepro, Superintendência da Educação Profissional, a fim de colocar o ensino técnico sob a tutela de um departamento. Considero tal proposta um retrocesso, tendo em vista que a Suepro foi criada em 1998, nasceu da vontade das escolas técnicas gaúchas e sempre tratou especificamente dessas instituições, proporcionando autonomia financeira e agilidade no atendimento das demandas. Com esse projeto do governo, as escolas técnicas serão mais outras a fazer parte do ensino normal vigente da Secretaria da Educação. São 165 escolas no RS, sendo 28 agrícolas, que possuem laboratórios vivos, necessitando de atendimento rápido e específico em demandas.
Discutimos a intenção do governo em extinguir a Suepro em audiência pública na Assembleia, na Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia. Reunimos representantes de escolas técnicas, especialmente as agrícolas, que reiteraram a importância da superintendência. Reforçaram a necessidade de aumento de repasses para as instituições, que vivem um processo de sucateamento, medida que foi prometida pela Secretaria de Educação, mas que não chegou a contemplar as necessidades da maioria das escolas. Defendo a manutenção da estrutura da Suepro, com investimentos em gestão e qualidade do ensino, fundamentais para a profissionalização. Sem uma visão empreen- dedora, as escolas técnicas não teriam tanta relevância em países como os Estados Unidos.
O fim da Suepro é uma iniciativa de esvaziar instituições já consolidadas no meio rural, como as escolas técnicas agrícolas. Essa superintendência sempre foi responsável pelo fomento de ações para formação especializada ao setor produtivo. Os docentes das escolas presentes à audiência que realizamos reiteraram que não houve um processo de discussão, e sim uma decisão unilateral por parte do Estado. Entendo como fundamental este alerta, e uma ampliação do debate em torno do tema, com a retirada deste projeto do regime de urgência.
A substituição de uma superintendência por um departamento é uma ação reducionista. Os professores são favoráveis aos avanços e à inovação, porém qual a necessidade em se mudar uma estrutura e a quem interessa? As escolas técnicas agrícolas, que fazem trabalho exemplar, estão ameaçadas com uma proposta de centralismo.
Como agravante, observamos que há um processo praticado pelo governo em que faz-se todo um esforço para não reprovar alunos na rede estadual, a fim de melhorar os índices de educação. Promover alunos sem aprendizagem efetiva penaliza a continuidade dos estudos e a inserção no mercado. Para fortalecer as escolas técnicas, não é necessária a alteração da estrutura da Suepro, e sim a valorização do órgão, de sua gestão, das escolas, dos professores e alunos. Investir em educação é ouvir quem dela vive e quem nela trabalha.
*Deputado estadual titular da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa
ARTIGOS
Ernani Polo*
Esta para ser votado na Assembleia Legislativa o Projeto de Lei nº 294/2013, do governo do Estado, em meio a outros mais de 90 PLs que ingressaram no parlamento gaúcho em regime de urgência, que extingue a Suepro, Superintendência da Educação Profissional, a fim de colocar o ensino técnico sob a tutela de um departamento. Considero tal proposta um retrocesso, tendo em vista que a Suepro foi criada em 1998, nasceu da vontade das escolas técnicas gaúchas e sempre tratou especificamente dessas instituições, proporcionando autonomia financeira e agilidade no atendimento das demandas. Com esse projeto do governo, as escolas técnicas serão mais outras a fazer parte do ensino normal vigente da Secretaria da Educação. São 165 escolas no RS, sendo 28 agrícolas, que possuem laboratórios vivos, necessitando de atendimento rápido e específico em demandas.
Discutimos a intenção do governo em extinguir a Suepro em audiência pública na Assembleia, na Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia. Reunimos representantes de escolas técnicas, especialmente as agrícolas, que reiteraram a importância da superintendência. Reforçaram a necessidade de aumento de repasses para as instituições, que vivem um processo de sucateamento, medida que foi prometida pela Secretaria de Educação, mas que não chegou a contemplar as necessidades da maioria das escolas. Defendo a manutenção da estrutura da Suepro, com investimentos em gestão e qualidade do ensino, fundamentais para a profissionalização. Sem uma visão empreen- dedora, as escolas técnicas não teriam tanta relevância em países como os Estados Unidos.
O fim da Suepro é uma iniciativa de esvaziar instituições já consolidadas no meio rural, como as escolas técnicas agrícolas. Essa superintendência sempre foi responsável pelo fomento de ações para formação especializada ao setor produtivo. Os docentes das escolas presentes à audiência que realizamos reiteraram que não houve um processo de discussão, e sim uma decisão unilateral por parte do Estado. Entendo como fundamental este alerta, e uma ampliação do debate em torno do tema, com a retirada deste projeto do regime de urgência.
A substituição de uma superintendência por um departamento é uma ação reducionista. Os professores são favoráveis aos avanços e à inovação, porém qual a necessidade em se mudar uma estrutura e a quem interessa? As escolas técnicas agrícolas, que fazem trabalho exemplar, estão ameaçadas com uma proposta de centralismo.
Como agravante, observamos que há um processo praticado pelo governo em que faz-se todo um esforço para não reprovar alunos na rede estadual, a fim de melhorar os índices de educação. Promover alunos sem aprendizagem efetiva penaliza a continuidade dos estudos e a inserção no mercado. Para fortalecer as escolas técnicas, não é necessária a alteração da estrutura da Suepro, e sim a valorização do órgão, de sua gestão, das escolas, dos professores e alunos. Investir em educação é ouvir quem dela vive e quem nela trabalha.
*Deputado estadual titular da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa
Nenhum comentário:
Postar um comentário