ARTIGOS
Ricardo Russowsky*
O Brasil é mesmo um país de contrastes. Ao mesmo tempo em que quer estar entre as grandes e desenvolvidas nações, age na contramão. A má qualidade da educação brasileira é um exemplo típico. Sabe-se que educação e produtividade são irmãs siamesas. Com baixo investimento em educação, o Brasil não consegue avançar. Não se trata de uma opinião. Os números escancaram esta realidade. Entre 2002 e 2012, avançamos apenas 1% ao ano, muito abaixo dos países do Brics. E ocupamos as últimas posições no ranking geral do Pisa (principal exame internacional da educação básica que avalia estudantes de 15 e 16 anos em matemática, leitura e ciências). Dos 65 países comparados, o Brasil ficou em 58º lugar. E vem perdendo posição, porque em 2009 estava na 54ª posição.
A prova do Pisa aplicada pela OCDE (organização das nações mais desenvolvidas) acendeu o sinal vermelho no Brasil, que ficou entre os piores – mesmo que tenha evoluído levemente em matemática. Uma realidade que leva (ou deveria levar) a pensar muito mais nas soluções. Vamos ter que evoluir da maneira mais simples: começando a estudar mais e melhor.
Nossos alunos, que não sabem o básico do básico, se atrapalham na interpretação de textos da sua própria língua e tropeçam nas contas. E não é por não fazerem a lição de casa. Aliás, a lição de casa não está sendo feita por ninguém. Começa pelo governo, que não mostra qualquer interesse em mudar de página.
Diferentemente dos asiáticos, a educação verde-amarela não é valorizada. Os professores de lá são reverenciados, ganham bons salários e participam de uma carreira meritória e nobre. No Brasil, a miséria dos salários é autoexplicativa.
Sabemos que educação não se faz só com dinheiro. Se faz com prioridade, com determinação e com crença no futuro. Valorizados, professores e mestres terão o prazer de investir e multiplicar seu conhecimento através do ensino, até porque sabemos que esta classe de educadores tem vocação de sobra.
Mas aqui não é assim: um terço de nossos alunos, aqueles mesmos que foram avaliados pelo Pisa, já repetiram de série. Muitos fizeram o Ensino Fundamental em 12 e não em nove anos – uma rotina nas escolas brasileiras.
Cresce também o abismo entre escolas particulares e públicas. E a medida é mais assustadora ainda por regiões. Sul e Sudeste à frente. Norte e Nordeste entre os 10 piores lugares do planeta no ensino da matemática.
As soluções são velhas conhecidas, mas esquecidas. É preciso incluir valor no ensino, não maltratar a educação como faz o governo ao desvalorizar nossos mestres.
É fundamental acrescentar valia nesta lição. É preciso acreditar que é possível, sim, desde que tenhamos professores satisfeitos.
Temos que ganhar onde estamos perdendo feio. Caso contrário, nem é bom pensar...
*PRESIDENTE DA FEDERASUL
O Brasil é mesmo um país de contrastes. Ao mesmo tempo em que quer estar entre as grandes e desenvolvidas nações, age na contramão. A má qualidade da educação brasileira é um exemplo típico. Sabe-se que educação e produtividade são irmãs siamesas. Com baixo investimento em educação, o Brasil não consegue avançar. Não se trata de uma opinião. Os números escancaram esta realidade. Entre 2002 e 2012, avançamos apenas 1% ao ano, muito abaixo dos países do Brics. E ocupamos as últimas posições no ranking geral do Pisa (principal exame internacional da educação básica que avalia estudantes de 15 e 16 anos em matemática, leitura e ciências). Dos 65 países comparados, o Brasil ficou em 58º lugar. E vem perdendo posição, porque em 2009 estava na 54ª posição.
A prova do Pisa aplicada pela OCDE (organização das nações mais desenvolvidas) acendeu o sinal vermelho no Brasil, que ficou entre os piores – mesmo que tenha evoluído levemente em matemática. Uma realidade que leva (ou deveria levar) a pensar muito mais nas soluções. Vamos ter que evoluir da maneira mais simples: começando a estudar mais e melhor.
Nossos alunos, que não sabem o básico do básico, se atrapalham na interpretação de textos da sua própria língua e tropeçam nas contas. E não é por não fazerem a lição de casa. Aliás, a lição de casa não está sendo feita por ninguém. Começa pelo governo, que não mostra qualquer interesse em mudar de página.
Diferentemente dos asiáticos, a educação verde-amarela não é valorizada. Os professores de lá são reverenciados, ganham bons salários e participam de uma carreira meritória e nobre. No Brasil, a miséria dos salários é autoexplicativa.
Sabemos que educação não se faz só com dinheiro. Se faz com prioridade, com determinação e com crença no futuro. Valorizados, professores e mestres terão o prazer de investir e multiplicar seu conhecimento através do ensino, até porque sabemos que esta classe de educadores tem vocação de sobra.
Mas aqui não é assim: um terço de nossos alunos, aqueles mesmos que foram avaliados pelo Pisa, já repetiram de série. Muitos fizeram o Ensino Fundamental em 12 e não em nove anos – uma rotina nas escolas brasileiras.
Cresce também o abismo entre escolas particulares e públicas. E a medida é mais assustadora ainda por regiões. Sul e Sudeste à frente. Norte e Nordeste entre os 10 piores lugares do planeta no ensino da matemática.
As soluções são velhas conhecidas, mas esquecidas. É preciso incluir valor no ensino, não maltratar a educação como faz o governo ao desvalorizar nossos mestres.
É fundamental acrescentar valia nesta lição. É preciso acreditar que é possível, sim, desde que tenhamos professores satisfeitos.
Temos que ganhar onde estamos perdendo feio. Caso contrário, nem é bom pensar...
*PRESIDENTE DA FEDERASUL
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