ARTIGOS
Cristian Nunes*
Durante o ano de 2013, o jornal Zero Hora fez uma pesquisa com os colegas da turma 11F. O objetivo era mostrar a situação da educação pública, analisando uma turma da escola mais tradicional do RS. Na reportagem publicada em 22/12, muito do que expõe a reportagem nós vivemos no dia a dia: falta de professores, evasão escolar, infraestrutura precária e graves problemas na implantação do politécnico. Até aí, está expressa uma realidade dura, mas que, unidos, temos lutado diariamente para melhorar.
No dia seguinte a essa reportagem, o secretário da Educação, Jose Clovis de Azevedo, deu uma entrevista na qual ataca nossa escola e seus professores. Ele diz que o que ocorre no Julinho é “um caso isolado”, que “não reflete a situação do Estado”. Mais adiante, afirma: “Temos hoje a maioria das escolas em processo avançado de implantação da reforma do Ensino Médio, entusiasmo de alunos e professores”. Mesmo sabendo da ampla reprovação que essa reforma tem entre os estudantes e professores, o secretário diz que há “entusiasmo” com essa política. Além disso, Jose Clovis diz que o questionamento dos professores ao politécnico é “uma fuga para não implementar o projeto”.
O governador Tarso Genro disse, com muita demagogia, que “ouviu a voz das ruas”. Porém, nós, que estivemos nas manifestações que sacudiram o país em junho, gritamos bem alto que queremos mais dinheiro para a educação. Agora seu secretário coloca a culpa dos problemas da educação nos professores, que são apenas vítimas da falta de investimento e para quem o governador não é capaz nem de pagar o piso nacional, descumprindo inclusive a lei. Temos total acordo com a declaração da presidente do Cpers, Rejane de Oliveira: “Não vamos admitir que o governo jogue sobre os ombros dos trabalhadores sua incompetência e a falta de priorização da educação. Essa escola é o reflexo do que acontece em todas as escolas, não é um caso isolado”.
Não aceitaremos que os governantes manchem a imagem do Julinho. Já saímos às ruas em 2013 exigindo mais verbas pra educação. Em 2014, vamos vir com força redobrada. Declarações absurdas como estas do secretário Jose Clovis só nos fazem ter mais vontade de sair às ruas novamente, pois temos certeza de que só assim podemos mudar a educação e o país como um todo.
Durante o ano de 2013, o jornal Zero Hora fez uma pesquisa com os colegas da turma 11F. O objetivo era mostrar a situação da educação pública, analisando uma turma da escola mais tradicional do RS. Na reportagem publicada em 22/12, muito do que expõe a reportagem nós vivemos no dia a dia: falta de professores, evasão escolar, infraestrutura precária e graves problemas na implantação do politécnico. Até aí, está expressa uma realidade dura, mas que, unidos, temos lutado diariamente para melhorar.
No dia seguinte a essa reportagem, o secretário da Educação, Jose Clovis de Azevedo, deu uma entrevista na qual ataca nossa escola e seus professores. Ele diz que o que ocorre no Julinho é “um caso isolado”, que “não reflete a situação do Estado”. Mais adiante, afirma: “Temos hoje a maioria das escolas em processo avançado de implantação da reforma do Ensino Médio, entusiasmo de alunos e professores”. Mesmo sabendo da ampla reprovação que essa reforma tem entre os estudantes e professores, o secretário diz que há “entusiasmo” com essa política. Além disso, Jose Clovis diz que o questionamento dos professores ao politécnico é “uma fuga para não implementar o projeto”.
O governador Tarso Genro disse, com muita demagogia, que “ouviu a voz das ruas”. Porém, nós, que estivemos nas manifestações que sacudiram o país em junho, gritamos bem alto que queremos mais dinheiro para a educação. Agora seu secretário coloca a culpa dos problemas da educação nos professores, que são apenas vítimas da falta de investimento e para quem o governador não é capaz nem de pagar o piso nacional, descumprindo inclusive a lei. Temos total acordo com a declaração da presidente do Cpers, Rejane de Oliveira: “Não vamos admitir que o governo jogue sobre os ombros dos trabalhadores sua incompetência e a falta de priorização da educação. Essa escola é o reflexo do que acontece em todas as escolas, não é um caso isolado”.
Não aceitaremos que os governantes manchem a imagem do Julinho. Já saímos às ruas em 2013 exigindo mais verbas pra educação. Em 2014, vamos vir com força redobrada. Declarações absurdas como estas do secretário Jose Clovis só nos fazem ter mais vontade de sair às ruas novamente, pois temos certeza de que só assim podemos mudar a educação e o país como um todo.
*COORDENADOR DO GRÊMIO DA ESCOLA JULIO DE CASTILHOS E MEMBRO DO COLETIVO ESTUDANTIL VAMOS À LUTA
Os professores não são e nunca foram "apenas vítimas" e pedir dinheiro, mais dinheiro sem propor um projeto alternativo é, no mínimo, hipócrita, pois mais dinheiro para o que, efetivamente?
ResponderExcluirCaso análogo de mau uso dos recursos públicos, p.ex.:
ResponderExcluirCaros, dispensáveis e mal educados
URRA! Parabéns a Ruth Costas, a jornalista responsável pela matéria. Raramente leio algo que valha a pena em se tratando de ensino e educação. A matéria é concisa e completa. As razões alegadas para a falta de valorização ou excesso de diplomados no Brasil procede, desde nossa ridícula educação básica, escassez de formação técnica, analfabetismo funcional de graduados em cursos superiores no país, e a importante (e normalmente esquecida) consideração cultural de que falta uma postura de trabalho com respeito à hierarquia nas empresas. Esta última mereceria estudos antropológicos riquíssimos, caso tivéssemos mais cientistas e menos militantes ideológicos nas academias de ciências sociais no Brasil... No entanto, em sua defesa, eu também colocaria como dificuldade adicional para emprego deste pessoal, o desestímulo que existe para formação de atividade/negócio próprio no país, pois a demanda por profissionais de curso superior não deveria ser tanta quanto de técnicos de nível médio mesmo e tais profissionais acabam preferindo, por razões como estabilidade, segurança de seus investimentos empregar-se no setor público.
Cf.: 'Geração do diploma' lota faculdades, mas decepciona empresários http://bbc.in/1c1hPnD