EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

PROFESSORES MAL PAGOS

ZERO HORA. 05 de outubro de 2012 | N° 17213

ENSINO FUNDAMENTAL. Professores do Brasil estão entre os mais mal pagos

Estudo internacional mostra que a profissão está sob “forte ameaça” diante dos baixos saláriosProfessores brasileiros em escolas de Ensino Fundamental têm um dos piores salários de sua categoria em todo o mundo e recebem uma renda abaixo do Produto Interno Bruto (PIB) per capita nacional. É o que mostram levantamentos realizados por economistas, por agências da ONU, Banco Mundial e Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Hoje é Dia Mundial do Professor, e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou um alerta, quarta-feira, apontando que a profissão em vários países emergentes está sob “forte ameaça” diante dos salários baixos.

Num estudo realizado pelo banco UBS em 2011, economistas constataram que um professor do Ensino Fundamental em São Paulo ganha, em média, US$ 10,6 mil (R$ 21,4 mil) por ano. O valor é apenas 10% do que ganha um professor nesta mesma fase na Suíça, onde o salário médio dessa categoria em Zurique seria de US$ 104,6 mil (R$ 211,9 mil) por ano.

Numa lista de 73 cidades, apenas 17 registraram salários inferiores aos de São Paulo, entre elas Nairóbi, Lima, Mumbai e Cairo. Em praticamente toda a Europa, Estados Unidos e Japão, os salários são pelo menos cinco vezes superiores ao de um professor do Ensino Fundamental em São Paulo.

Guy Ryder, o novo diretor-geral da OIT, emitiu um comunicado apelando para que governos adotem estratégias para motivar pessoas a se tornar professores. Sua avaliação é de que, com salários baixos, a profissão não atrai pessoas qualificadas. O resultado é a manutenção de sistemas de educação de baixo nível.

– Muitos já não consideram dar aulas como uma profissão com atrativos – disse.

Para Ryder, a educação deve ser vista por governos como “um dos pilares do crescimento econômico”.

Pior salário de uma lista de 38 países

Outro estudo – liderado pela própria OIT e pela Unesco (órgão da ONU para educação, ciência e cultura) e realizado com base em dados do final da década passada – revelou que professores que começam a carreira no Brasil têm salários bem abaixo de uma lista de 38 países, da qual apenas Peru e Indonésia pagam menos. O salário anual médio de um professor em início de carreira no Brasil chegava a apenas US$ 4,8 mil (R$ 9,7 mil). Na Alemanha, esse valor era de US$ 30 mil (R$ 60,7 mil) por ano.

Em comparação com a renda média nacional, os salários dos professores do Fundamental também estão abaixo da média do país. De acordo com o Banco Mundial, o PIB per capita nacional chegou em 2011 a US$ 11,6 mil (R$ 23,5) por ano. O valor é US$ 1 mil (R$ 2,02mil) a mais do que a renda de um professor, segundo os dados do UBS.

A OCDE alerta que professores em países desenvolvidos recebem por ano uma renda 17% superior ao salário médio de seus países, como forma de incentivar a profissão.

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