EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

QUANDO FALTA O PROFESSOR


EDITORIAL ZERO HORA 02/04/2012


Todo ano é a mesma coisa: começam as aulas na rede pública estadual e muitos alunos voltam para casa nos primeiros dias, às vezes nas primeiras semanas, por falta de professor. Já é tão rotineiro, que as autoridades parecem conformadas. Alegam que a burocracia impede a rápida reposição dos profissionais que se aposentam ou entram em licença de saúde. Visto pelo aspecto estrutural, este problema pode parecer normal e inevitável. Porém, observado do ponto de vista dos estudantes e de suas famílias, é dramático – como mostrou a reportagem deste jornal na última sexta-feira, focando a decepção de uma aluninha de seis anos de uma escola de Porto Alegre.

Além da frustração das crianças e dos transtornos causados aos familiares, o absenteísmo no ensino também atrapalha projetos pedagógicos e desestimula a turma atingida pelo abandono. Mas não é uma questão insolúvel: escolas com bons gestores se previnem adequadamente e conseguem atenuar os danos causados pela ausência frequente de mestres. Cabe à direção fazer um bom planejamento, exigir providências das secretarias de Educação e dar atenção continuada às famílias quando o problema ocorrer.

Obviamente, não se está aqui excluindo de responsabilidade os governantes, que deveriam ser os primeiros a se comprometer com a solução para o problema. No caso da ausência de professores a cada início de ano letivo, a culpa é exclusiva do governo, que detém todas as informações sobre a movimentação de docentes e deveria providenciar as substituições em tempo hábil. O que não pode continuar ocorrendo é essa dramática experiência dos alunos que voltam para casa ou passam horas num recreio forçado e marcado pelo desencanto.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O importante ofício do magistério no Brasil está tão sacrificado, desvalorizado, estressante e inseguro que as pessoas mais capacitadas não são motivadas a prestar concurso para a área educacional. O resultado é a insuficiência do Estado para atender a demanda com professores preparados, graduados e comprometidos com a arte de ensinar.

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