Eleane Facco Mattiazzi, professora - ZERO HORA 28/04/2012
Cheguei à sala de aula cheia de entusiasmo. Lidar com a situação de aprendizagem e com o conhecimento me faz sentir viva. O contexto escolar exerce um fascínio em minha vida. A prática do ensino-aprendizagem é um desafio e o dia a dia com os alunos me torna aprendiz. O contato com eles me desperta o desejo de aprender.
Nesse dia, iríamos discutir sobre a forma de composição do código de barras, que, passado em um leitor óptico, gera informação – como o valor da mercadoria em um estabelecimento comercial. O código de barras foi criado nos Estados Unidos e chegou ao Brasil em 1984. É composto de um sistema de numeração binário e, daquela data até nossos dias, já sofreu inúmeras atualizações e transformações.
De repente, deparei com a brutal realidade! Um aluno pediu licença para usar o seu celular, pois o mesmo possuía leitor óptico. Espantei-me! “O seu celular faz isso?” Aí, ele mostrou. A surpresa me reportou à infância.
Conheci a luz elétrica aos seis anos de idade. A televisão, aos 10. E o computador, há 22 anos. Seria desnecessário dizer que uma revolução no mundo tecnológico aconteceu. E nós, educadores? E eu, educadora, de que maneira conti- nuar somente com o quadro e o giz? Com certeza, existem momentos em que tais recursos são indispensáveis, porém não posso me considerar o centro das atenções, expondo um conteúdo no quadro ou com auxílio bibliográfico quando o meu aluno (a etimologia da palavra já não condiz com o contexto), já não é mais aluno. Ele é, sim, uma pessoa portadora de conhecimentos – os quais, às vezes, nem imaginamos que detém. Principalmente no que se refere à ciência tecnológica. Por isso, não temos mais que dar aulas, e sim construir o conhecimento junto com nossos alunos.
O nosso ensino engatinha atrás das tecnologias disponíveis. As escolas já disponibilizam laboratórios de informática. A banda larga também está lá, o Datashow, a televisão... E, muitas vezes, são negligenciados e não configuram a prática do professor. Então, como aprendizes que somos, urge que nos apossemos de tais recursos, pois os educandos são conhecedores e exploradores desse universo tecnológico e midiático.
Nós, educadores, só seremos proficientes quando estivermos aptos a utilizar em nosso cotidiano pedagógico um mínimo das tecnologias disponíveis. Até mesmo um celular (podendo ser de um aluno) com leitor óptico, que seja capaz de ler um código de barras.
Este blog mostrará as deficiências, o sucateamento, o descaso, a indisciplina, a ausência de autoridade, os baixos salários, o bullying, a insegurança e a violência que contaminam o ensino, a educação, a cultura, o civismo, a cidadania, a formação, a profissionalização e o futuro do jovem brasileiro.
EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.
sábado, 28 de abril de 2012
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