EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

CALARAM O PROFESSOR


Jocelaine Serro Polita, Professora estadual - ZERO HORA 05/04/2012

Há poucos dias, li sobre o papel do professor como coadjuvante na educação. Pois é! Economistas, políticos, pais entendem do ofício e sabem dizer como devemos agir. Por que não estão nas salas de aula, então? A resposta é simples: salário baixo, condições de trabalho precárias, alunos desestimulados.

Além da questão salarial, há que se verificar o porquê de se dar voz a tantos “entendidos” em educação e não ao professor. Acredito que os períodos de desmoralização por que passamos tenham influenciado nessa situação. Lembram de ouvir em meios de comunicação sobre nossa atuação e sobre os exageros de nossas reivindicações? Essas falas, com certeza, ajudaram a fazer com que o professor perdesse credibilidade. E o que falar, então, da culpa pelos resultados em avaliações (Saers, Enem, Prova Brasil...)?

Acredito que sejamos culpados por não “treinarmos” nossos alunos para esses testes, por anos e anos em que sucumbimos e andamos para lá e para cá nas mudanças de políticas educacionais de um governo para outro e por ficarmos calados frente a tanto que foi dito sobre educação e não nos consultarem quando decidiam o que e como fazer. Fomos muito obedientes, deveríamos ter nos rebelado.

Hoje nossa “voz” está sufocada. Os alunos (em sua maioria) não querem aprimorar-se, aprender. Tentamos diferentes métodos, pedimos, imploramos, pois queremos crianças e jovens que valorizem o conhecimento, estabeleçam relações, compreendam o outro, o meio e os respeitem. Isso não é querer demais. Mas não se discute com o professor na elaboração de propostas e de testes, a conversa vem na hora da aplicação e quando os resultados não são satisfatórios.

Precisamos mudar a imagem do professor, que apresenta um semblante cansado, enfraquecido, sem brilho no olhar. Lembrem-se de que ainda não desistimos de lutar por educação de qualidade, essa sempre foi a nossa bandeira e junto a ela está a questão salarial que proporcionaria coisas tão simples: comprar livros, para lê-los e depois contagiar os alunos nesse hábito; descansar, para recebermos alegres e dispostos os jovens, e não cansados e esgotados, após nos desdobrarmos em várias escolas; preparar boas aulas; estudar (gostamos muito de estudar).

Bom salário sustenta a “voz” do professor e garante qualidade em educação!

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