Maria Aparecida Marques da Rocha, Coordenadora do curso de Serviço Social da Unisinos - ZERO HORA 28/04/2012
O sistema de educação brasileiro, especificamente o Ensino Superior, necessita da criação e gerenciamento de políticas públicas socioeducacionais consistentes, em que sejam levadas em conta não apenas as necessidades reais dos jovens que buscam na universidade a possibilidade de ascensão social, mas também a garantia de seu direito ao desenvolvimento como ser integral, que busca conhecimento e realizações mediante a continuidade dos estudos. O fato de uma considerável parcela da população brasileira ter baixo poder aquisitivo faz com que os jovens que a integram não tenham como escapar de tal situação, necessitando de auxílio como bolsas de estudos, bem como auxílio para locomoção e/ou alimentação. Ainda assim, para muitos, essas condições não seriam suficientes. Provavelmente, se estivessem estudando em universidades públicas permaneceriam com algumas dessas dificuldades.
A democratização do Ensino Superior tem apresentado alguns avanços. Entretanto, as formas de acesso e permanência do jovem nesse nível de ensino apresentam limitações, principalmente daqueles oriundos das classes populares. Mesmo com iniciativas do MEC como Prouni, Reuni, ações afirmativas, entre outras, ainda assim a exclusão universitária mostra-se presente. A permanência na universidade e sua conclusão com sucesso, tanto na universidade pública quanto privada, apresentam exigências de custeio que vão além do pagamento de matrícula e mensalidades, ficando, então, mais acessível àqueles que provêm das classes média e alta da sociedade. Cabe aos demais, devido à insuficiência de recursos financeiros, buscar apoios no sistema de benefícios aos estudos superiores oferecidos pelo governo federal, estadual, municipal, ou mesmo as próprias IES de cunho privado, convertidos em programas de financiamento ou bolsas de estudos parciais ou integrais. Nota-se que os recursos existentes são insuficientes para o grande contingente de estudantes dos cursos de graduação que buscam tal recurso.
Enfim, a necessidade de incremento substancial de recursos financeiros em políticas socioeducacionais mais efetivas para a melhoria da qualificação do sistema de Ensino Superior pode ser o caminho possível para a reversão de tal realidade, a médio e longo prazos. Fato que só poderá ocorrer com decisões políticas realmente comprometidas com o desenvolvimento do país e que visem à concretização da justiça social.
Este blog mostrará as deficiências, o sucateamento, o descaso, a indisciplina, a ausência de autoridade, os baixos salários, o bullying, a insegurança e a violência que contaminam o ensino, a educação, a cultura, o civismo, a cidadania, a formação, a profissionalização e o futuro do jovem brasileiro.
EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.
sábado, 28 de abril de 2012
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