PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA, ZERO HORA, 18/11/2011
Pelas relações que o PT cultivou ao longo dos últimos anos com o Cpers, ninguém no governo esperava que o sindicato encaminhasse os professores para uma greve às vésperas do final do ano letivo e que tratasse o governador Tarso Genro da forma como tratou seus antecessores. A imagem do governador Tarso Genro com nariz de Pinóquio é tão forte quanto as alegorias usadas pelo Cpers para fustigar os governadores Germano Rigotto e Yeda Crusius.
Se a greve for aprovada na assembleia geral de hoje à tarde, o desgaste para o governo será inevitável. Isso explica os últimos movimentos do Palácio Piratini, tentando virar o jogo desenhado nos núcleos do Cpers, que, majoritariamente, aprovaram o indicativo de greve. O primeiro ato do governo foi anunciar, em um documento assinado pelos deputados da base aliada, um acréscimo de R$ 100 milhões aos R$ 400 milhões já previstos na proposta de orçamento do ano que vem, para reajustar os salários dos professores e se aproximar do cumprimento da lei do piso, prometida para 2014.
O magistério não quer esperar até 2014, quando o governo promete integralizar o cumprimento da lei. Hoje, para adotar o piso como salário básico dos professores são necessários R$ 1,5 bilhão por ano nos gastos com a folha de pagamento. Até 2014, a conta será maior, porque o piso nacional tem reajuste anual para manter o poder de compra da época em que foi criado.
Na mesma carta em que se comprometeram a aumentar o valor destinado aos salários dos professores, os deputados manifestaram apoio às ações desenvolvidas pelo governo na área da educação e divulgaram uma lista das políticas adotadas pelo governo Tarso. A greve foi criticada por deputados aliados e pelo governador, que contestou os argumentos usados pelo Cpers e apelou para que os professores desistam da greve já engatilhada. No dia anterior, o secretário Jose Clovis Azevedo, que sempre cultivou boas relações com o Cpers, já havia advertido que a greve seria interpretada como um rompimento com o governo.
Este blog mostrará as deficiências, o sucateamento, o descaso, a indisciplina, a ausência de autoridade, os baixos salários, o bullying, a insegurança e a violência que contaminam o ensino, a educação, a cultura, o civismo, a cidadania, a formação, a profissionalização e o futuro do jovem brasileiro.
EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
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