EDITORIAL ZERO HORA 17/11/2011
O alerta da pesquisadora alemã Hanna Dumont no 4º Congresso Internacional de Inovação, na Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), encaixa-se perfeitamente na realidade da economia gaúcha. A pesquisadora argumentou que a educação ministrada nas escolas não está adequada à indústria do conhecimento do século 21, pois tende a reproduzir muito mais a que os pais tiveram e imaginam ser a melhor para seus filhos. Este é justamente um dos aspectos que explicam o fato de muitos segmentos do setor produtivo, como a indústria metalmecânica da serra gaúcha, estarem enfrentando hoje dificuldades para preencher vagas disponíveis por falta de profissionais devidamente capacitados.
Em muitos países, a começar pelos Estados Unidos e incluindo obviamente o Brasil, a deterioração gradativa da qualidade da educação é apontada como uma das razões para dificuldades enfrentadas hoje, em diferentes graus, na área econômica. O problema se deve ao fato de que, cada vez mais, o desenvolvimento é associado à capacidade de inovar. E essa é uma característica que tende a ser facilitada quando a população conquista padrões razoáveis de bem-estar em geral, o que inclui alimentação adequada, atendimento de qualidade na área de saúde e uma educação preocupada não apenas em ensinar a ler, a escrever e a fazer contas, mas sobretudo a pensar.
A questão é que o Brasil e o Estado mudaram de patamar econômico de forma muito acelerada, sem se preocupar em fazer sua educação andar no mesmo ritmo. Outros países basearam sua expansão justamente num ensino de qualidade, preparando crianças e jovens para enfrentarem as exigências que o mercado impõe.
O desafio, agora, é recuperar o atraso nesta área, com investimentos continuados e políticas adequadas, que levem em conta principalmente as facilidades colocadas à disposição pelas novas tecnologias. Sem isso, nem o país, nem o Estado ficarão em condições de avançar numa área essencial para o crescimento, como a inovação.
Este blog mostrará as deficiências, o sucateamento, o descaso, a indisciplina, a ausência de autoridade, os baixos salários, o bullying, a insegurança e a violência que contaminam o ensino, a educação, a cultura, o civismo, a cidadania, a formação, a profissionalização e o futuro do jovem brasileiro.
EDUCAÇÃO MULTIDISCIPLINAR
Defendemos uma política educacional multidisciplinar integrando os conhecimentos científico, artístico, desportivo e técnico-profissional, capaz de identificar habilidade, talento, potencial e vocação. A Educação é uma bússola que orienta o caminho, minimiza dúvidas, reduz preocupações e fortalece a capacidade de conquistar oportunidades e autonomia, exercer cidadania e civismo e propiciar convivência social com qualidade, dignidade e segurança. O sucesso depende da autoridade da direção, do valor dado ao professor, do comprometimento da comunidade escolar e das condições oferecidas pelos gestores.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário